Onda de calor reforça a necessidade de hidratação e alimentação fresca

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Professor de nutrição do UniCuritiba fala sobre os riscos da desidratação e dá dicas para quem deseja curtir o verão com saúde.

O verão brasileiro será mais quente que o habitual e os indícios já começaram. Em 2023 o país encarou oito ondas de calor e a expectativa é de novos eventos até o fim do ano. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o fenômeno El Nino ainda não atingiu seu pico máximo e o Paraná terá novos dias de calor sufocante.

O recorde até o momento foi registrado em 19 de novembro, quando a cidade de Araçuaí, em Minas Gerais, registrou 44,8oC, superando a antiga marca da cidade de Bom Jesus, no Piauí, quando os termômetros marcaram 44,7oC. E isso nem é tudo. No Rio de Janeiro, turistas e moradores encararam uma sensação térmica de 60oC no último feriadão.

O calor extremo requer cuidados com a saúde, a hidratação e a alimentação. A água é essencial para a termorregulação, um processo que ajuda a manter estável a temperatura do corpo. Privar o organismo de água pode levar à desidratação, provocando fraqueza, dor de cabeça e tontura. Em casos extremos, chega a ser fatal.

O nutricionista Jhonathan Andrade, professor do curso de Nutrição do UniCuritiba – instituição de integra a Ânima Educação – explica que a sede é um indício de que o organismo precisa de água e funciona como um alerta. O ideal é criar o hábito de beber água antes mesmo de sentir sede.

“A baixa ingestão de líquidos, especialmente no calor, leva à desidratação e compromete a saúde. A situação fica ainda mais crítica se, além de não beber água em quantidade suficiente, as pessoas se expõem ao sol e fazem atividades físicas ao ar livre, nos horários de calor intenso”, diz o especialista.

Crianças e idosos são mais suscetíveis à desidratação e devem ter água à vontade ao longo do dia. Os principais sinais de alerta do organismo são sede excessiva, sensação de fraqueza, cansaço, tontura e irritabilidade. Nos casos mais graves, há alteração da pressão arterial, desmaios e convulsões. A privação de água por longos períodos, em especial no clima quente, chega ao extremo de provocar falência de órgãos e morte.

De acordo com o professor do UniCuritiba, o consumo médio de água para a população é em torno 2 a 3 litros, dependendo da faixa etária ou gênero. Outra especificação para o consumo de água seria a ingestão diária de 30 a 35 ml/kg/peso.

“Se você pesa 70 kg, deveria consumir em torno de 2.100 a 2.450 ml por dia. Já esportistas e atletas têm recomendações mais específicas e pacientes com doença renal ou insuficiência cardíaca congestiva devem procurar um nutricionista para fazer a adequação da água de acordo com sua condição de saúde.”

Alimentação ideal para o verão

Jhonathan Andrade explica que não se deve esperar a sede chegar para beber água. “A recomendação é que as pessoas saiam sempre com uma garrafinha de água, intercalando com sucos de fruta natural, água de coco ou água saborizada. Colocar rodelas de limão, laranja, morangos e folhas de hortelã na jarra de água ajuda a tornar a bebida mais atrativa para quem não tem o hábito de se hidratar.”

A alimentação é outro ponto de atenção: precisa ser leve e fresca no verão. “Prefira alimentos naturais e ricos em água, como melancia, abacaxi, melão, laranja, pêssego, pepino, abobrinha, tomate e brócolis cozido. Além de nutrir, eles ajudam na sensação de frescor”, ensina o nutricionista.

Frituras, sal e bebidas alcoólicas são inimigos do calor. Os alimentos gordurosos sobrecarregam o sistema digestivo, interferindo na regulação térmica e causando mal-estar. Também não é aconselhável exagerar no sal porque ele prejudica o funcionamento dos rins, aumenta a retenção de líquidos, eleva a pressão arterial, causa inchaço e desconforto.

A lista de inimigas do calor inclui ainda as bebidas alcóolicas. O álcool favorece a desidratação e pode causar dor de cabeça, náuseas e fadiga. Segundo o professor do UniCuritiba, o consumo de bebidas alcóolicas geladas aumenta no verão e durante as festas de fim de ano, mas é preciso cautela, porque eles aumentam a sede e aceleram os quadros de desidratação.

“Escolha com critério quais serão os dias ou eventos nos quais você irá beber e, sempre que ingerir um copo de bebida alcóolica, intercale com bastante água. Nos outros dias, priorize sua saúde e aposte em água fresca e pura”, orienta Jhonathan.

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