Artigo: Calor, férias e a leitura

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Por: Prof. Sergio A. Sant’Anna

Meu cachorro ali, um border collie, de nome Guri (é fácil perceber que este vive diante de uma família de três mulheres gaúchas, o meu voto quase sempre é vencido. Às vezes, um empate, porém no voto de Minerva sou o perderdor), anuncia estar farto do calor que varre o Sul do País, e tão logo avista minhas filhas na piscina pede para ir ao encontro delas. Confesso que não desejava me destinar à piscina, mesmo com aquele excesso de calor trazido pelo ar que não se movimentava. Um calor que os meteorologistas já calculavam ultrapassar a barreira dos 40ºC.

Eu lia Cristóvão Tezza, escritor consagrado, vários prêmios Jabutis, dono do romance renomado – “O filho eterno”,  nasceu aqui em Lages, Santa Catarina, não desejava encerrar ali minha leitura, todavia fui levar o meu cão, aproveitei para ficar ali à beira, curtindo. Era férias, antes que a sociedade inicie sua saraivada de críticas. Portanto, lia, por prazer, mas por obrigação também. Embora, nestas férias estou assistindo mais filmes também. Fiz até alguns posts nas minhas redes sociais. Os filmes fazem parte do meu universo do conhecimento, pois um professor de Linguagens e Redação necessita desse repertório. Assim faço com a música. Procuro buscar os novos gêneros. Lançamentos. Minha filha mais velha me ajuda neste quesito. E neste ínterim adentra a máxima socrática: “Só sei que nada sei”. A busca pelo conhecimento através da leitura acaba acontecendo de maneira natural. Porém, esse calor seria capaz de levar alguém a não ler? Seria. Nem todos usufruem de aparelhos de ar condicionado espalhados pela casa, e se possuem, há que se precaver, porque as contas de energia elétrica atingiram níveis estratosféricos. É muito melhor levar o livro para piscina, debaixo de um guarda-sol a que se ambientar o ar para uma leitura. Em tempos de crise, tudo necessita ser pensado. No último bimestre do ano passado, um dos temas que trabalhei com meus alunos nas aulas de Redação foi sobre o aumento exorbitante das contas de energia elétrica e a busca por novas fontes de energia. Confesso, foi um sucesso de bons argumentos. Dissertações importantes.

Confesso não ter me arrependido das leituras, até porque esta semana iniciam-se às aulas. Digamos que estivesse me preparando. Parece que não paro. Sinceramente, não consigo me desligar. Esse amor pela leitura é o que me leva à conexão com a Escola. Não consigo, em um mês, apagá-la da minha mente. Já são 24 anos atuando como docente. E todo início de ano sou dominado por esta ansiedade. Lembro-me de estar ali nos primeiros anos de exercício do magistério, e meu pai me dizendo que eu ficava muito ansioso. Passaram-se mais de duas décadas e continuo nesta euforia. Buscando sempre argumentos para poder ler mais e desta forma estar preparado para os mais de duzentos dias letivos. Refresco-me sim, porém o sabor é dado pelos livros que leio.

Parece que a chuva está chegando por aqui, teremos que sair da água, vou aproveitar para me secar e ler mais um pouco. O cheiro de terra úmida encerra o período de estiagem e a leitura parece ser um ótimo passatempo.

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

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