Crônica: Uma história esquecida e desrespeitada, a luta por uma prefeita

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Por: Sérgio Sant’Anna*

Apesar de estar distante de Taquaritinga há quase duas décadas, os meus laços não foram rompidos, muito menos as minhas amizades, os meus vínculos. Sou apaixonado pelo potencial cultural e intelectual que a Cidade Pérola sempre lançou ao nosso repertório sociocultural. As letras e a cultura sempre foi minha paixão. E inúmeros foram os nomes apresentados ao longo de quase dois séculos de nossa existência enquanto município. Desde José Paulo Paes, Ivete Tannus, o poeta Horácio Ramalho, Augusto Nunes, Manoel J. Pires, José Sanches Filho, Benemar de Castro, João Aiéllo, Genésio de Barros, enfim, uma legião de nomes que deveriam ser trabalhados nas escolas e colégios por aquilo que produzem ou produziram. Porém, a nossa memória é seletiva (principalmente no município onde nasci e durante quase três décadas fiz-me cidadão, exerci a profissão professor e muitas vezes atuei como jornalista), infelizmente adota-se uma política seletiva, agregada ao benefício narcisista, que nada retribui aos seus cidadãos. Uma observação: só para não esquecermos sobre a questão da memória, não há museu em nossa cidade, acabaram com o que tinha sido criado durante a gestão do jornalista Paulo Delgado).

Sempre gostei da questão política exercida em nosso município, cercada por histórias e narrações essenciais para o nosso caminhar. Dr. Adail Nunes da Silva, Dr. Ernesto Salvagni Dr. Waldemar D’Ambrósio, Dr. Sérgio Salvagni, Tato Nunes,Dr. Dib, Horácio Ramalho, Dr. Area Leão, Milton Nadir até os mais recentes foram e são nomes capitais numa perspectiva histórico-cultural, assim como aqueles que se ocuparam das cadeiras do Legislativo. Exercendo a função de vereador com primor: respeito e argumentos. Apesar das desavenças e rivalidades, muitas vezes levada para o além-Câmara. E diante desse traçado histórico fico entristecido com a falta de comprometimento de alguns vereadores das últimas legislaturas. Alguns incapazes de proferir a resposta para a chamada regimental. Ideias, projetos e a fiscalização necessária diante dos desmandos do Executivo e pareceres contrários às contas emitidos pelo TCE sendo contrariados. Lamentável. Está aí o resultado. Porém, são eles os culpados? Possuem culpa sim. Principalmente aqueles que eram “situação” e nada fizeram.

Lembrei-me de uma época em que as mulheres eram três na Câmara e, assim como a Profa. Miriam Ponzio, hoje, exerciam seus mandatos com inteligência e perspicácia e enfrentavam o machismo e o cabresto reinante. Da mesma forma aconteceu com a Profa. Maria Avi e a Dra. Márcia Zucchi, mulheres de projetos, visões progressistas e cidadãs. As três mulheres foram Profa. Celinha Gabriel, Dona Widad e Profa. Dona Neide Salvagni. Fizeram de suas legislaturas exemplos a serem seguidos, posicionamentos a serem copiados, argumentos a serem repetidos. Gente, Taquaritinga perdeu a oportunidade de ter pela primeira vez uma mulher prefeita. Se necessitavam de inovação a Profa. Miriam Ponzio era a mudança. Nada contra ao vereador eleito prefeito, porém ele pertenceu a base do prefeito afastado e do vice-prefeito que expôs sua renúncia.

Certa vez me disse um ser muito conhecido, na barbearia de um dos atuais legisladores, meu amigo Angelim Barbeiro, “O povo põe, o povo tira”. É hora da população, também aprender, e fazer à sua parte. Elegendo uma prefeita. Quem sabe a Profa. Miriam Pônzio não possa ser a primeira.

P.S.: Celinha Gabriel, Neide Salvagni, Dra. Márcia Zucchi são nomes que governariam nossa cidade com excelência.

*Sérgio Sant’Anna é Professor de Redação no Poliedro, Professor de Literatura no Colégio Adventista e Professor de Língua Portuguesa no Anglo.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

 

 

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