Poema: Patinhos e concretos

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Por: Isabela Nascimento*

Por patinhos e concretos
O preço que pagamos foi alto demais
Dar novamente a um mau gestor
As chaves daquilo que vale mais.

Por patinhos e concretos
Está em ruínas a Educação municipal
Má alimentação, péssima infraestrutura
E os apelos por melhorias parecem coisa banal.

Por patinhos e concretos
Falta de pagamento e atraso nos salários
Sofrem há meses e pagam juros
Amarguram tantos funcionários

Por patinhos e concretos
Os serviços básicos ficam para trás
Sem dinheiro para ambulância ou pedágio
Nem o lixo hospitalar se recolhe mais.

Por patinhos e concretos
Vemos dia após dia minguar
Os remédios na farmácia popular.
As vagas nas creches? Sonho impossível,
A falta de funcionalismo
Obrigada os pais a mais cedo os filhos buscar.

Por patinhos e concretos
Nas ruas a cada dia um buraco a surgir
A cidade parece abandonada
Mas o seu radialista todo dia fala e fala
Sem os problemas reais admitir

Por patinhos e concretos
Os aposentados sem pagamento decente
Vejam o caos que se instala
Na situação do Ipremt

Por patinhos e concretos
Sofrem as consequências tantos estudantes
Auxílio transporte atrasado
A espera tornando-se incessante
O sonho da faculdade cada vez mais distante

Eu queria terminar esse poema logo
Mas é tanta miséria que eu não consigo
Eu não vou nem citar o descaso
Pelo qual está passando a Casa abrigo

Será que o prefeito esqueceu do seu cargo?
Será que não quer mais fingir?
Será que ele quer ver tudo quebrado
Após a derrota do Jair?
Será possível tamanho egoísmo?
Será possível que parado o povo assista?

Ou Taquaritinga reage de uma vez
Ou teremos mais noites e noites de pizza.

*Isabela Nascimento é Professora de Redação e Espanhol, Bacharela em Letras e Mestra em Estudos Literários.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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