Artigo: Nunca antes na história deste país, um final de ano foi tão esperado

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Por: Prof. Sergio A. Sant’Anna

O mês de dezembro chegou e com ele a certeza de que mais um ano se finda. Foram doze meses de luta. Passamos por uma pandemia (ainda não acabou a Covid-19), perdemos 700 mil brasileiros diante de um Governo omisso e retrógrado. Famílias foram encerradas, entes foram perdidos, cidadãos abandonados pelo descaso. Restou a saudade, as memórias… não me lembro de ter desejado tanto um final de ano como este que se avizinha. Está certo que no início do próximo ano comemoro 45 anos de vida, todavia o anseio era para que 2022 encerrasse seu ciclo.

O ano de 2022 foi marcado pela pandemia, porém as vacinas chegaram (desde junho de 2021) e com elas a certeza que passaríamos por essa batalha (minha tristeza pelos que não conseguiram a vacina e faleceram vítimas desse retrocesso); no ar a disputa de mais uma eleição presidencial e com ela a polarização liderada pelo ódio, pelo retrocesso, pela ignorância, pela violência, uma situação nunca antes vista num Brasil democrático; o surgimento de mentiras, o espalhar de notícias falsas, o progresso da pós-verdade, uma avalanche de situações negativadas pela manipulação, pela corrupção, pelo poder, pelo uso da máquina pública em favor próprio, além da cooptação dos que compactuam com tais teorias e semeiam o mal (apesar de insistirem que são cidadãos de bem). Depois de uma derrota histórica o atual presidente da República não foi reeleito, desde que notou que perderia lançou-se no mar das inverdades e fake news ameaçando o rompimento institucional e provocando uma onda de manifestos (que duram até hoje) pela volta da ditadura militar. Tristes tempos em que a mentira reina e absorve os que se negam a enxergarem a verdade. Acabou! Eleições limpas e transparentes! Chega dessa raiva pueril, dessas ações terroristas, desse discurso de terceiro turno. Em uma democracia, vence a maioria. E flertar com atos que transcendam à Constituição de 1988 é incorrer em crime. Cuidado!

Contudo, não foi só isso. Pela primeira vez teríamos uma Copa do Mundo de Futebol realizada no final do ano, entre os meses de novembro e dezembro. A primeira em um país árabe, com leis severas e que distorcem do campo ético e humano. Ela está aí. O Brasil classificado para a fase eliminatória, e dessa vez, depois de vinte anos da conquista do quinto título mundial (pentacampeão é só aquele que conquista os títulos de maneira sequencial) estamos animados com o jovem elenco brasileiro. E às vésperas do Natal poderemos comemorar mais um título mundial de futebol.

Perdemos cidadãos ilustres, pessoas ligadas a arte, à cultura (desvalorizadas por este governo que nos deixa): Gal Costa, Rolando Boldrin e Erasmo Carlos são os mais recentes, entretanto há muito mais – Elza Soares, Elza Soares, Arnaldo Jabor, Cláudia Jimenez, Ilka Soares, Milton Gonçalves, Isaac Bardavid, Roberto Guilherme, Jossara Jinaro, Paula Menezes, Ludmila Ferber. Farão muita falta aos seus familiares, porém deixarão um vazio no coração dos brasileiros. Dentre os assuntos trágicos sobre o universo cultural brasileiro está, também, a negação de uma juíza à autoria de Chico Buarque de Holanda diante da música “Roda Viva”; o ataque ao imortal octogenário Gilberto Gil no Qatar. Realmente, a Cultura, a Educação são os alvos dos extremistas.

Esperamos que 2023 seja um ano próspero, de recuperação do poder de compra dos brasileiros, que possamos superar esse maniqueísmo avassalador, e que as estruturas democráticas sigam firmes e fortes. E acreditemos que a mudança já começou… dezembro, seja bem-vindo!

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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