Artigo: Morre Olavo de Carvalho: supostamente de Covid-19. Sem vacina…

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Por: Gustavo Girotto* e Raphael Anselmo**

Como escreveu Ruy Castro: “Olavo de Carvalho era considerado um imbecil por todos os filósofos e um filósofo por todos os imbecis”…

Olavo de Carvalho, segundo a filha, morreu de Covid-19 [sic]. Não desejamos o mal de ninguém, cada um colhe aquilo que planta – ainda mais de alguém que sempre foi um embusteiro (‘Nada’ – igual a capa da Época na matéria do colega Denis Russo Bugierman).

Em linhas gerais, Olavo foi um encantador de mentes desprovidas, de desorientados amantes de fábulas estapafúrdias e teorias da conspiração como: pepsi usa fetos de bebês abortados para adoçar refrigerante; Isaac Newton era ocultista; vacina era uma forma de controle. Ele misturava – em sua mente escatológica – fundamentação religiosa com política: de um lado os iluminados e ungidos de Deus; do outro classificava que a esquerda coordenava uma conspiração global para implementar ‘marxismo cultural’, ‘gayzismo’ e ‘abortismo’.

Era um propagador de fake news, uma cópia tosca de Steve Bannon, – inclusive falava que o coronavírus era algo fictício. Em maio de 2020, Olavo foi às redes afirmar que “o medo de um suposto vírus mortífero não passava de historinha de terror”. No mesmo dia, o país registrou 1.039 mortes por Covid-19.

Mesmo morando nos EUA, fez estragos incalculáveis no Brasil: emplacou um Aiatolá no Itamaray e investiu contra a educação – sempre atacando Paulo Freire. O ideólogo de Bolsonaro lucrava com cursos de metáfora da cebola – que compreende o ensino em camadas- tendo significado superficial e divagações sonígenas que conduz neófitos a nada ou lugar algum. Era expert em bolinar egos solitários de desorientados, que ainda o pagavam para tal finalidade.

No fundo, há dois tipos de ‘gente’ anti-vacina: os que não tomam e morrem; os que criticam e correm se vacinar por demagogia. O erro é misturar ciência e religião. E, nisso, o guru da extrema direita era mestre.

O pensamento ‘olaviano’ visa abalar a democracia brasileira, potencializa

 o que de pior se pensou  para o País. A morte não o perdoa e tampouco  enterra suas ideias. Mas nos conduz a lutar ainda mais contra novas faces obscuras: a única coisa que desejávamos ao Olavo é que, em vida, assistisse a derrocada da maior aberração política que ajudou a criar e provocou anos de retrocesso no Brasil: Jair Bolsonaro, seu Leviatã (Bellum omnia omnes)…Não deu: descanse no lugar que estiver e, se possível – observe. Morre Olavo: supostamente de Covid-19. Sem vacina.

*Gustavo Girotto é jornalista.

**Raphael Anselmo é economista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

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