‘Trombose venosa: ‘Fique atento aos sintomas e fatores de risco’, informa médica Ana Maria Scabello

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Cirurgiã vascular da Unimed Araraquara dá dicas de como prevenir a doença, cujo Dia Nacional de Combate e Prevenção é lembrado neste 16/9.

Desde o início da pandemia da Covid-19, o elevado número de eventos trombóticos, de diversas naturezas e manifestações, têm chamado a atenção dos médicos e pesquisadores. Mas as complicações da trombose venosa preocupam os especialistas bem antes da proliferação do novo coronavírus.

Dentro deste contexto, neste Dia Nacional de Combate e Prevenção à doença (16/09), a cirurgiã vascular da Unimed Araraquara, Dra Ana Maria Scabello, chama a atenção para o desdobramento mais grave dessa enfermidade: a embolia pulmonar

“A trombose venosa é uma condição clínica em que há a formação de um coágulo sanguíneo em uma veia profunda do corpo, geralmente, na parte inferior da perna, na coxa ou na pelve. Quando este coágulo percorre os vasos sanguíneos e atinge os pulmões, temos a embolia, que pode ser fatal”, informa.

Esse quadro extremo nem sempre se manifesta com sintomas. “Mas, quando presentes, os mais comuns são: dor ou desconforto no peito com tosse ou inspiração profunda, dificuldade de respirar, aceleração dos batimentos cardíacos, tontura, desmaio e tosse com sangue”, completa.

Fatores de risco

A trombose venosa é considerada multicausal ou multifatorial, na qual fatores genéticos que levam ao aumento da coagulação sanguínea interagem com fatores externos ou ambientais, levando ao desencadeamento da doença. Isso explica o fato de algumas pessoas ficarem doentes sem que nenhum elemento seja detectado. Ela acomete até os mais jovens.

E o risco é acumulativo, ou seja, quanto mais fatores de risco a pessoa possui, maior a chance de desenvolver trombose venosa. Atualmente, além de aplicativos específicos, existem tabelas que fazem uma mensuração deste risco – sendo a mais a Escala de Caprini a mais utilizada.

“Alguns dos fatores de riscos mais conhecidos são: idade avançada, redução da velocidade do fluxo sanguíneo por imobilização prolongada (acamados e pós-operados), obesidade, varizes, grandes cirurgias, lesões musculares graves ou traumas, câncer (mama, cólon e pulmão, pâncreas, ovários), insuficiência cardíaca, uso anticoncepcionais contendo estrógenos na sua composição,  gravidez (sendo maior risco após cesárea) e trombofilias”, exemplifica a cirurgiã.

‘Quanto mais precoce o tratamento, maiores serão as chances de sucesso’

 Cerca de metade das pessoas com trombose não apresentam sintomas. Em alguns casos, os mais comuns são a dor, inchaço, aumento de volume e consistência da musculatura e alteração da cor (temperatura) da perna.

“Quando aparecer um ou mais desses sintomas, procure, imediatamente, um vascular, que poderá fazer o diagnóstico somente com a clínica apresentada ou através de um ultrassom venoso (Doppler), que avalia as veias profundas”, informa.

O tratamento da trombose sempre é baseado sempre em anticoagulantes, injetáveis ou via oral e são feitos em ambiente hospitalar ou domiciliar, de acordo com a gravidade do caso e o território venoso acometido. Para se prevenir, algumas medidas não farmacológicas são indicadas, como evitar a imobilização prolongada. Em viagens prolongadas (maiores de 4 horas), procure levantar e caminhar a cada 3-4 horas.

Também exercite as pernas quando estiver sentado. Use roupas largas e meias elásticas compressivas, de acordo com indicação médica. Mantenha-se hidratado e adote um estilo de vida saudável, evitando o sedentarismo e a obesidade.

“Use e abuse das medidas preventivas e, caso apresente sintomas, não deixe de procurar por assistência médica. Quanto mais precoce o tratamento, maiores são as chances de sucesso”, finaliza Dra Ana Maria Scabello.

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