Empreendedorismo feminino em ação

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Por: Tirso Meirelles*

Em 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, data que reforça a importância do tratamento equânime entre homens e mulheres para que possamos avançar nas relações interpessoais, profissionais e empresariais. Quero convida-los para refletir sobre a importância de abandonar esse preconceito sob o ponto de vista do crescimento sustentável. Segundo estudo do Mckinsey Global Institute, ao não promover a igualdade de condições de atuação, deixamos de acrescer 30% ao Produto Interno Bruto do Brasil, por ano. Estamos falando de não adicionar R$ 2,2 trilhões aos R$ 7,4 trilhões resultantes da soma de todos os bens e serviços finais produzidos por brasileiros, por ano.

Um baita desperdício que pode ser revertido. Quero focar nosso debate em um ponto: o fortalecimento do empreendedorismo feminino. São Paulo é a sede de mais de 2 milhões de pequenos negócios conduzidos por mulheres (quase 50% do total de empreendimentos), que têm, em sua maioria, entre 35 a 55 anos, escolaridade média superior ao dos homens e atuam nas mais diversas áreas. Não obstante esta força, as adversidades enfrentadas por elas continuam gigantes: os empreendimentos liderados por mulheres são na maioria (85%) por conta própria, ou seja, não geram empregos; elas dedicam menos horas na condução do negócio por conta da condição de ser multitarefa; faturam menos 20% que os homens e empreendem mais por necessidade.

Além disso, tem a questão cultural, que coloca à prova a capacidade técnica, de gerir uma empresa, de liderar colaboradores, de fazer acontecer. Muitas mulheres nos relatam que precisam se dedicar cinco vezes mais para alcançar os resultados dos homens no desafio de empreender. Recebem muitos ‘nãos’ a uma ideia de negócio ou de melhoria de um processo simplesmente por ser mulheres. Mas uma coisa as conecta: não desistem tão facilmente.

Mais que os números, são a resiliência, persistência, foco no propósito, capacidade de inovar, busca intensa de conhecimento e de aprendizado e olhar nas tendências, que melhor definem o jeito feminino de empreender, um jeito que é comprovadamente um dos grandes recursos que precisamos incorporar à nossa rotina transformada.

Para que as empreendedoras se fortaleçam, o Sebrae em todo Brasil, e em especial em São Paulo, investirá neste ano ainda mais no Sebrae Delas, um programa de aceleração com objetivo de aumentar as chances de sucesso de ideias e negócios liderados por mulheres. É nossa maneira de honrar o compromisso com “Princípios de Empoderamento das Mulheres”, da ONU Mulheres, do qual o sistema Sebrae é um dos signatários, junto com centenas de entidades públicas e empresas que incorporaram em seus negócios valores e práticas que visam à equidade de gênero e a consolidação do papel das mulheres na sociedade e na economia.

Com isso queremos continuar inspirando empreendedoras, trazer referências inovadoras, estimular novas conexões que ampliem e fortaleçam redes, para que 2021 seja um ano em que a potência do empreendedorismo feminino ultrapasse os 30% do PIB e seja um divisor de águas nas vidas dos milhões de pequenos negócios liderados por mulheres.

*Tirso Meirelles é Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP

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