Artigo: E os professores?

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Por: Prof. Sergio A. Sant’Anna*

Quando não há planejamento, infelizmente alguns são excluídos. A falta de vacinas para todos os cidadãos brasileiros acontece em decorrência de uma gestão pífia e desorganizada. Uma condução com duas estrelas, caso coloquemos, inevitavelmente, o general Pazuello diante do articular de tão grave crise pela qual o Brasil atravessa. Definitivamente, em comparação aos ministros da Saúde que o País tivera, a pior gestão da Saúde da história da República Brasileira. Essa desastrosa condução por parte do ministro da Saúde está diretamente ligada à desorganização regida pelo seu Chefe, o atual presidente da República. Um galanteador de quinta, acostumado a vociferar para seu cercadinho e emitir inverdades através de suas redes sociais.

Assim como os professores, que foram postos para a quarta fase da campanha de vacinação, os profissionais da área de Segurança, que a todo instante trabalharam incansavelmente com a população ao longo dessa pandemia, impedindo os incautos e negacionistas de disseminarem o coronavírus, estarão nesta quarta rodada de vacinação. Um absurdo. Eles não pararam. E estavam expostos a todo instante. Isso nasce da ausência de coerência por parte de governos insensíveis e desumanos – uma vez que estes, ou seja, professores e profissionais da Segurança estarão em contato direto com a população. Lembrando que a intenção dos muitos governadores de nossos Estados é que as aulas retornem de maneira presencial, seguindo os protocolos de higienização e segurança diante da exposição ao coronavírus. Porém, como aconteceu em inúmeros países europeus, que cometeram tamanho descaso, a contaminação de docentes e seu adoecimento foi brutal, levando-os a rever essa atitude insana. Escolas foram fechadas novamente e as aulas aconteceram de maneira remota.

Estamos certos de que o ensino remoto não é o mais adequado, principalmente quando buscamos às desigualdades sociais abertas em nosso País, como a falta de recursos aos mais pobres diante da aquisição da tecnologia e manutenção da mesma, todavia caberá aos nossos governantes a sensatez de tornar o acesso à tecnologia a todos os cidadãos. Realizar o que fora acordado antes da realização da Copa do Mundo de 2014, ou seja, a distribuição de banda larga a todos os brasileiros – um direito que a ONU exige que seja cumprido; nesta mesma linha segue o baratear de aparelhos tecnológicos como celulares e computadores através de linhas de crédito acessíveis aos mais pobres são essenciais. Enquanto a infraestrutura não for sacodida, alimentada, dando condições aos cidadãos brasileiros de manterem suas famílias e usufruírem de algumas benesses, estaremos fadados ao fracasso e impossibilitados de transformar essa Nação em uma potência mundial. Injetam na Economia e Agricultura e adormecem à Saúde, Educação, Cultura etc. É injusta essa condução.

Alguns membros do Legislativo do Brasil atuam para que a volta das aulas presencialmente seja adiada enquanto os docentes não forem vacinados; no estado de São Paulo a mobilização por parte desses agentes públicos fizera efeito e o governador do estado adiou o voltar às aulas. Aqui em Santa Catarina algumas escolas da Rede de Ensino Particular já retornaram no dia 25 de janeiro, optando por um modelo híbrido, porém contando com a possibilidade de que tudo aconteça presencialmente. No entanto, manifestações e apelos por parte de alguns sindicatos já foram realizados e aguardam a decisão judicial – resta saber se o professor será vacinado nesta primeira fase. Cabe salientar que a manifestação não ocorre para que os professores e alunos fiquem parados, mas que os docentes e discentes não sejam expostos ao vírus, sendo a vacinação a esses profissionais justa. E dessa forma deveria ocorrer a todos os profissionais e cidadãos.

Ao contrário do que dizem alguns comentaristas, o professor passou o ano todo trabalhando muito mais do que trabalhara de maneira presencial. Sem hora para parar, elaborara aulas, corrigia avaliações, propunha trabalhos e dirigia dezenas de grupos de WhatsApp em seus próprios celulares, além da internet e energia caseira destinada a este fim. Uma tarefa hercúlea, mas invisível para aqueles que se acostumaram a uma terceirização de seus filhos, doados à escola como mercadorias. O professor merece respeito e exige seus direitos. E o professor?

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos assinados não representam a opinião de O Defensor!

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