Artigo: 131 anos – De precatórios, salários elevados à bomba do IPREMT

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 Quem ama, (des) cuida…

Por: Gustavo Girotto* e Raphael Anselmo**

O atual prefeito Vanderlei Mársico fez jus, nos últimos dias, à observação de um velho político experiente: “Coitado, o rapaz não é do ramo”.

Se os problemas administrativos não são só dele, a explicação, comezinha – ou falta de esclarecer números – coloca a bomba em seu colo: quem ganha 16 mil, acima do teto, e por quê? Qual o motivo de aposentarias tão elevadas? Não adianta jogar respostas ao léu, sem detalhar a conta salgada que acabou herdando.

Se o problema é o precatório, é preciso verificar por qual ex-prefeito foi gerado – e de que base política ele pertence? Se é o aumento exponencial da base de aposentados e falta de planejamento orçamentário da prefeitura, qual a justificativa

do não provisionamento? A verdade é dura e implacável: a representatividade de Taquaritinga, em termos de forças políticas e criação de novos quadros, não se oxigenou.

131 velinhas e, a força motriz dos últimos anos, foi não criar oportunidade e perder filhos inteligentes – e isso não é aleatório – toda vez que surgiu uma voz, a força de “destruição de reputações”, para anular algo novo, se deu com a mesma intensidade.

Uma “mão-de-obra política” incapaz de entender de balanços, da macroeconomia, interpretar leis, e que há anos concentra energia em uma agenda conservadora,

esquece o principal: a preocupação com geração de emprego. Discute-se a leitura de bíblia na escola, a cor de uniforme de meninos ou meninas, ao invés de políticas públicas de desenvolvimento. A conta uma hora chega; e chegou…

O modo mais eficaz de detonar uma cidade, torná-la deprimente, arruinada em poucos anos, é a mistura de populismo barato e incompetência. Ao mesmo tempo, pelo que se sabe, já começam aparecer figurinhas carimbadas, que colocaram a cidade nessa rota, com soluções práticas de salvação até em botecos da cidade no fim de semana.

Chegamos aos 131 anos, com um passado melhor que o futuro: lindas fotos de praças, da guerra do tomate, das Fábricas Peixe, da Cidade Pérola – e o prêmio de estar na contramão dos municípios da região. Atualmente, os vídeos que circulam pela internet são patéticos. É a mistura de fumaça de cigarro, com gritos de desespero.

Quando a esperança se converte em político ovacionado, em entrada de evento comemorativo, é sinal claro de que água do fundo do poço e da fossa se encontraram (…) ou aprendem com o erro, ou a conta fica cada vez mais dispendiosa.

E a culpa da água suja não é só do atual prefeito – mas ele a carrega pelo seu comportamento idiossincrático de não saber se explicar. Chegamos ao fundo do poço que, de forma homogênea, se mistura com a água da fossa. A pergunta é: prefeito, quem cavou esse buraco de encontro das águas?

*Gustavo Girotto é jornalista.

**Raphael Anselmo é economista.

***Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

 

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