Empresas buscam melhorar reputação com compliance, agenda tributária e ESG

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Ações serão prioridade das lideranças empresariais em 2023.

Ter um programa de compliance eficiente, estar em dia com as obrigações tributárias e estabelecer práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) são os pilares das organizações que querem melhorar e proteger a reputação em 2023.

Pesquisa realizada pela Fundação Tide Setubal em parceria com o Instituto Sivis, divulgada no segundo semestre de 2022, mostrou o que as lideranças empresariais pensam a respeito dos temas e, também, qual é a importância que pretendem dar a cada um deles a partir de agora.

De acordo com o estudo, a maior parte dos empresários brasileiros (74,2%) concorda que o ESG é um tema relevante para os negócios. Quando é feito um recorte por faixa etária e gênero, é observado que as lideranças femininas e mais experientes são as que dão maior atenção ao assunto.

Entre os líderes com 60 anos ou mais, 83,1% reconhecem as práticas de governança ambiental, social e corporativa como uma necessidade. O percentual cai para 72,9% entre os empresários com idade entre 36 e 59 anos, e para 70% entre os mais jovens, na faixa etária de 18 a 35 anos.

Já na análise por gênero, 85,1% das mulheres concordam que o ESG deve ser uma prioridade das empresas, enquanto 72% dos homens têm o mesmo entendimento. 

O estudo ouviu 417 empresários que atuam nos setores da indústria, do comércio e de serviços nas cinco regiões do país. Do total de entrevistados, 72% estão à frente de pequenos negócios, 21% lideram empresas de médio porte e 7% representam grandes companhias.

Foto: Freepik

Compliance é a principal prioridade do empresariado

Quando o assunto é a adoção de práticas de governança ambiental, social e corporativa, o compliance ganha destaque entre os líderes empresariais. Para eles, as ações prioritárias devem ser assegurar a conformidade com as leis vigentes e estabelecer um programa de integridade que permita prevenir, identificar e combater irregularidades, como corrupção, fraude, entre outros.

O compliance e as medidas anticorrupção foram mencionados como prioridade por 62,4% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa. Em seguida, aparecem ações relativas à cultura organizacional confiável e colaborativa (10,3%), responsabilidade e relacionamento com a comunidade local (9,1%), diversidade e tolerância no ambiente de trabalho (5,2%) e sustentabilidade e proteção ao meio ambiente (5,2%).

Investir em práticas de ESG é uma forma de garantir o crescimento sustentável dos negócios e a imagem positiva frente aos diferentes públicos: funcionários, parceiros, consumidores e investidores. 

Para especialistas, compliance tributário será diferencial competitivo

A organização financeira e tributária também é uma preocupação dos empresários que buscam o crescimento sustentável e zelam pela boa reputação dos negócios. Por isso, a conformidade com as obrigações principais e acessórias, sobretudo as exigências feitas pelo Fisco, também receberão atenção especial em 2023 por parte do empresariado.

O compliance tributário é a vertente que mapeia os riscos fiscais e cria ações para mitigá-los. Ele também é apontado por especialistas como um dos tópicos mais relevantes dentro das práticas de ESG.

Em artigo publicado sobre o assunto, os advogados Ivan Machiavelli, Rodrigo Totino e Ediene Alencar destacam o compliance tributário como uma ferramenta estratégica para aumentar a competitividade no mercado. Por isso, ele deve ser amplamente disseminado entre os pequenos e médios negócios.

Na avaliação dos especialistas, o compliance tributário entra no radar das empresas em 2023, mas seguirá em pauta nos anos seguintes, tamanha a sua importância. A complexidade da legislação nacional e da carga tributária faz com que muitas empresas cometam erros fiscais, o que pode prejudicar a reputação e o caixa.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ilustram a realidade: 95% das empresas do país pagam impostos indevidos, o que significa um dispêndio com tributos que não seriam necessários. A situação evidencia a falta de entendimento sobre a legislação tributária, problema que pode ser solucionado pelo compliance.

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