Artigo: Ação Integralista Brasileira em Taquaritinga

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Por: Flávio Oliveira*

A década de 30 foi um momento recheado de conflitos ideológicos no mundo e no Brasil.

Getúlio Vargas que chegara ao poder através de um golpe de Estado, alimentara esse cenário da política em solo brasileiro. O mundo vivia as tensões marcadas pela radicalização e a adoção de ideais extremistas que tinham pouco apreço pelos valores do liberalismo econômico e da democracia representativa.

 Esse cenário levou ao surgimento de um grupo que ocupou o centro da nossa política e mobilizou parte de nossa sociedade. A extrema-direita formou o que ficou conhecido como: a Ação Integralista Brasileira (AIB). Os integralistas representavam o fascismo na política brasileira.

Os principais idealizadores desse movimento foram: Plínio Salgado, Gustavo Barroso e Miguel Reale. Esse movimento criou toda uma teoria de Estado, uniformes e símbolos que dominariam todo o Brasil, incluindo nossa cidade de Taquaritinga.

A ligação com nossa cidade talvez tenha uma explicação: Plínio Salgado foi casado com uma taquaritinguense. Em suas andanças pela cidade eram organizadas festas, desfiles nas ruas da cidade (com bandeiras do movimento) e até mesmo no Estádio Municipal ocorriam partidas de futebol, onde em uma fotografia analisada é possível observar uma multidão integralista saudando o movimento e um sigma (símbolo do movimento) desenhado no gramado.

Mas não eram só de festas que vivia esse movimento. É importante ressaltar os conflitos que eles protagonizariam em solo taquaritinguense, como o episódio envolvendo os integralistas sendo expulsos da loja maçônica local, pois eram contra os princípios ali defendidos. Francisco Perotti, bisavô do, hoje jornalista, Gustavo Girotto, teve papel importante no combate ao fascismo e integralismo dentro da Loja Maçônica Líbero Badaró. Ele trabalhou duramente para manter os trabalhos com liberdade, como citado no livro do Beduschi (História da Santa Casa de Misericórdia de Taquaritinga).

O movimento entrará em crise após uma tentativa de derrubar o governo Vargas no ano de 1938. Em uma ação frustrada de invadir o Palácio do Guanabara, muitos envolvidos nesse episódio seriam fuzilados pelo governo e apertaria ainda mais o regime ditatorial de Getúlio Vargas aos políticos daquele momento.

*Flávio Oliveira é Professor de História e Filosofia na rede pública do Estado.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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