Artigo: O Bom Vencedor

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Por: Luís Bassoli*

Jair Bolsonaro se mostrou um mau perdedor, não teve a postura de um chefe de Estado civilizado, que reconhece a derrota eleitoral e cumprimenta o vencedor.

Nenhuma surpresa, pois seu comportamento, nos quatro anos de mandato, já anunciava essa reação.

Bom, agora nos resta saber se Lula será um bom ganhador.

Não em relação ao comportamento cordial e protocolar dispensado ao adversário, isso é o mínino que se espera de uma “pessoa normal”.

Lula será um bom ganhador se não contemporizar com a gestão criminosa do candidato derrotado, tanto no processo eleitoral quanto no mandato todo.

Não há “reconciliação” com o neofascimo, não há como promover “diálogo” com os líderes do movimento antidemocrático bolsonarista: tem que colocar os entes governamentais – Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) etc. – para esclarecer as falcatruas e apresentar denúncias ao Ministério Público Federal.

Lula, para ser um bom ganhador, terá que escolher um Procurador-Geral da República idôneo e independente, comprometido em fazer Justiça.

Nos seus governos anteriores, Lula escolheu, sempre, o primeiro da lista tríplice apresentada pelos procuradores. Agora, isso não basta, será preciso apurar se o bolsonarismo não aparelhou o Ministério Público a ponto de o primeiro da lista ser um cooptado pelo esquema.

A vitória nas urnas só será completa com a garantia de que a Justiça será plena.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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