Artigo: O luxo ainda é para poucos: o pior cenário da pobreza no Brasil

Compartilhe esta notícia:

Por: Prof. Sergio A. Sant’Anna

Não podemos tratar a alimentação saudável no Brasil como acessível, porque se concretiza como luxo para poucos pois possuímos 27 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. População esta, que triplicou em meio a pandemia do coronavírus.

Propor uma alimentação saudável aos mais de 200 milhões de brasileiros é não olhar para o seu entorno, é não agir com altruísmo, uma vez que 13% da população brasileira sobrevive com apenas R$246,00, segundo levantamento realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Os altos níveis e a ausência de políticas públicas dificultam o acesso à renda, conduzindo-nos ao pior cenário da pobreza no Brasil nos últimos quinze anos. Logo, insistir à uma alimentação saudável para os milhões de brasileiros é se basear no escárnio. Fechar os olhos para os brasileiros marginalizados.

Como propor que o brasileiro faça seis refeições ao dia se a geladeira de milhões é composta por garrafas pet cheias de água? Como enumerar que o prato ideal para uma alimentação saudável possua cinco cores, se não há o básico para milhões com suas panelas de alumínio ariadas vazias? Não há alimentação saudável para quem não possui com o que se alimentar. Essa é a realidade brasileira.

Urge, portanto, políticas públicas que visem sanar tais deficiências crônicas diante da mesa do brasileiro como a criação de novos postos de trabalho, assim como o aumento do valor e expansão do auxílio emergencial para população mais carente; a qualificação educacional deste cidadão faminto e de seus familiares é vital mesmo que a longo prazo, todavia se nada disso tonar-se concreto jamais teremos uma população com a alimentação saudável. Sem empatia e medidas emergenciais o luxo continuará para poucos.

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

Compartilhe esta notícia: