Artigo: Pan Papai de Noel mia

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O Natal do peru com máscara – Papai Noel não é do grupo de risco?!

Por: Luiz Roberto Vasconcellos Boselli*

O Natal do Papai Noel mascarado. Com certeza teremos larápios concretos por trás da máscara do fictício personagem. Um bom disfarce a ser usado em currais eleitorais. Se bem que muitos usam o ano todo uma cara de pau desavergonhada. Mas também teremos os larápios pé de chinelo, os punguistas e os estelionatários de plantão. Todos com máscaras que camuflam as suas verdadeiras intenções. Num país, em que a promíscua relação entre políticos e empresários que rende falcatruas econômicas super vultuosas e o que acontece o mesmo em obras supervalorizadas – parece até piada de mau gosto pensar que neste Natal possa ocorrer vários tipos de furtos, principalmente dos gatunos do baixíssimo clero social, e tão somente. Os do alto clero estarão ou fora do país ou em férias não merecidas, mas como são para eles… As outras modalidades de furtos vultosos, entra ano saí ano, elas perenemente acontecem.  A pandemia surpreendeu, a muitos políticos de carteirinha, quando revelou os milhões de inscritos para receber o recurso temporário disponibilizado pelo Governo. Esse vale profundo, entre o alto clero social e o baixo clero social, sempre existiu, desde o início da colonização de nosso País, e os centrões da vida política, entre gerações e gerações, nunca tiveram intenção política/social de alterar, minimamente que fosse, o distanciamento das estruturas socias petrificadas. Isto nós sabemos o porquê de não admitir/aceitar significativas mudanças – simplesmente por que sempre foram beneficiados – em suas vidas pessoais e carreiras políticas – por conta deste histórico e nefasto distanciamento social provocador de infinitos cotidianos trágicos. Vamos exemplificar este abissal distanciamento mostrando o cardápio de uma ceia do alto clero social e um do baixo clero social. A ceia/jantar/banquete, no alto clero social, terá peru com máscara na cama de especiarias ao molho de maracujá e flambado ao conhaque de grande estirpe – o molho com açúcar invertido, creme azedo, maracujá, estrelas de anis e notas de licor de jenipapo que será servido por um drone gourmet – terá carneiro com máscara ao molho de hortelã com notas de licor de jabuticaba e leitão com máscara ao molho de limão com notas de licor de jenipapo e abundantes complementos, além de peixes de água doce e água salgada e frutos marítimos – para acompanhar a opípara refeição, várias bebidas e vinhos diversos estarão à disposição dos convidados – consta também uma ilha de muitos frios e outra ilha com sobremesas de todas as regiões do Brasil. A ceia/refeição/lanche, no baixo clero social, terá rabanada sem leite e sem ovo e o pão tostado na chapa do fogão improvisado ou de barro e acompanhada de café ralo. Esta dieta muitas vezes é reforçada graças as eternas ações de solidariedade e cooperação. Hipocritamente, para o alto clero, esses teimosos cidadãos/cidadãs viventes “teimosamente insistem em ter este luxo de existir”. Mas vamos falar de cartas para o Papai Noel. Anualmente o Correio recebe centenas de cartinhas para o Papai Noel, na esperança de que as mesmas cheguem no endereço certo  quem se interessar basta ir até o Correio e adotar uma delas – atualmente deve acessar o blog do Papai Noel dos Correios e clicar em “adotar ogora’. Em tempos idos e não idos, nos anais de um Natal, em um ano não sabido, encontraram em uma das missivas, de uma periférica periferia, pertencente a dois molecotes que afirmavam que os dois tinham o mesmo nome: Benedito. Entretanto, o que era branco, o apelido era Bene, e o que era negro, o apelido era Dito. Em sua carta, escrita pelo Dito que afirmava “quem tá aqui falando, é sou eu o Dito”. Solicitavam uma bola, um isqueite, uma dentadura, para o avô do Dito, um pneu para a bicicleta de um tio e um emprego para o pai do Bene, podia ser qualquer um e dizia na carta que quem estava dando tschau era o Dito e o Bene. Entretanto, esta carta foi complementada, por uma outra, do mesmo autor, e que foi entregue no correio, no mesmo período de fim de ano. Nesta carta continha a seguinte escrita – “pai noel, pruque o sinhô num veio? Aqui quem fala é o Dito. Nóis tudo ficamos isperando o sinhô pai noel. E nadinha do sinhô aparece. Nóis num somos bandidos então pruque pai noel não apareceu? É pruque nois toma poco banhos? não é culpa da mãe da gente, é qui nem sempre tem agua por aqui. Agora, pai noel, si é pruque a gente come poco? Aí num te jeito memo pai noel, porque si fo o causo, pai noel, só tem um jeito, o sinhô pai noel traze cumida prá nois. Assim vai ser um presentão, mais eu quiria que o sinhô me dissesse pruque não veio com os nossos presentes, ein pai noel. Aqui eu e o Dito falamo tshau pai noel.”. Aí está o texto complementar. Boas Festas! E um ano – 2021 -melhor que 2020.

*Dr. Luiz Roberto Vasconcellos Boselli – [email protected]

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