Taquaritinga Tem Orgulho

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A relação tóxica da sociedade taquaritinguense com a comunidade LGBTQIA+

No último domingo, 28 de junho, foi celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queers, Intersexuais, Assexuais e outras identidades de gênero ou orientação sexual). Como levante local, pessoas da Comunidade LGBT realizaram um manifesto, pelas redes sociais, denominado “Taquaritinga tem orgulho” com o lançamento de um vídeo postado na página no Facebook do Movimento LGBT & Políticas Públicas de Gênero[1].

O manifesto tem como objetivos conscientizar a sociedade por meio das redes sociais sobre a existência e resistência da diversidade sexual da população taquaritinguense, bem como apoiar indivíduos que acabam sofrendo a ausência de uma política pública de educação sexual, tendo como consequências dificuldades no nosso desenvolvimento pleno. Violência em âmbito familiar e de convívio social, bullying nas escolas e diversas outras condutas LGBTfóbicas, que são consideradas crimes previstos na Lei 7.716/2018, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal – STF, em 13 de junho de 2019.

A história da cidade de Taquaritinga não pode ser contada sem a inclusão da participação de sua comunidade LGBTQIA+. Das aparições de destaque de Beto Rodrigues (in memoriam) no carnaval, passando pelo famoso bar de lésbicas “Giga Byte”, chegando aos participantes invisíveis e marginalizados perante a sociedade, a comunidade sempre esteve presente e contribuiu muito para o crescimento do município, seja econômica, educacional ou culturalmente. Isso quando não são repelidos a procurar outras cidades para residir e reconstruir suas vidas como qualquer cidadão comum, longe de seus amigos e familiares.

A unidade Plural de Taquaritinga, presta auxílio a alguns indivíduos da comunidade LGBTQIA+ taquaritinguense e até de cidades da região. Há ocorrência de diversos casos de violência contra filhos/filhas que assumiram sua homossexualidade/transexualidade para os pais, por exemplo. Muitas vezes esses adolescentes não têm para onde ir, a quem recorrer, e acabam não registrando suas queixas na delegacia de polícia, perpetuando os abusos e o sofrimento em seus próprios domicílios. Alguns saem de casa e ficam sem abrigo em situação de vulnerabilidade social. Muitos transexuais, que têm o direito ao nome social, não conseguem acessá-lo pois é um processo burocrático e dispendioso. O mercado de trabalho muitas vezes nega uma oportunidade a estas pessoas por uma orientação sexual divergente do “padrão” heteronormativo, negligenciando seu potencial profissional.

Dito isto, exigimos nossos direitos e sua garantia pelo poder público local. Nos recusamos a viver nossa sexualidade dentro do armário ou apenas entre quatro paredes, como ouvimos de forma recorrente. Temos orgulho de ser quem somos e queremos construir, junto à sociedade, uma cidade mais acolhedora que valorize os talentos, irreverência e por que não a alegria da Comunidade LGBTQIA+. Afinal quem ama cuida, não é mesmo?! NÓS EXISTIMOS E RESISTIMOS!

[1] Acesse: https://www.facebook.com/lgbtaquaritinga/

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