Nossa Palavra

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Precisamos de paz, precisamos de amor

Às vezes tem frases que nos soam caretas, quase babacas. Não são, entretanto, dependendo dos momentos que vivemos. A que espelha o título do editorial é um bom exemplo. Falar hoje sobre amor e paz talvez esteja fora de prumo, conversa para boi dormir.

Quem viveu o final da década de 60 e início dos anos 70 lembra-se perfeitamente dos hippies pregando paz e amor. Hoje vivemos uma guerra maior do que a Guerra do Vietnã e os dedos em V não simbolizam mais a paz e o amor. Em cada esquina vê-se a violência e o ódio.

Amor e paz não existem mais na sociedade de consumo. A sociedade alternativa não grita mais seus refrões. Foi sufocada pelo barulho da metralhadora que se reproduz nos becos escuros das favelas. É o som do egoísmo, do individualismo, a ganância que fala mais alto.

Acabou-se o sonho da vida coletiva. Do todos por um e um por todos. Agora parece ser assim: cada um por si e pé na tábua. E o que estamos vendo? Vizinhos não se cumprimentam, amigos não se abraçam. Até mesmo casais de namorados não se beijam mais. Beijam-se pelos celulares.

Para os mais jovens, isso pode parecer bobagem. Vai bater na cachola como algo ultrapassado, sem futuro. Realmente a paz e o amor não inspiram mais românticas composições. Num momento de sexo explícito e funk solto e desvairado não cabe mais, então, dizer “eu te amo”?

Na realidade atual de mudança de valores, em que vale mais o TER do que o SER, o amor e a paz caíram no vazio. Não valem sequer um vintém e foram trocados por balelas chochas de que o que vale é o externo, por fora, e não o interno, o que existe por dentro. É o espiritual.

Quando Machado de Assis (que, aliás, era chato para caramba!) dizia “mudou o Natal ou mudei eu?” o escritor estava certo. Naquela época já se antevia a mudança dos padrões antiquados por outros modernos. Infelizmente, mudou-se para pior. Houve uma involução, uma regressão.

O ser humano tem que acreditar em alguma coisa. Nem se for nele próprio. A crença religiosa é primitiva, ancestral, desde que o mundo é mundo. Antes de Deus, Alá, Jeová, Ghita, o ser acreditava no sol e na lua e nas estrelas como deuses. Ele necessitava de sua crença e fé.

A partir do momento que o Homem começou a se desviar de Deus e tirou a religião de sua vida como algo desnecessário ele se atolou no mais horrendo dos lamaçais. Os lamaçais dos vícios (bebidas, drogas, jogatinas, prazeres mundanos) que tornam a vida escura e sufocante.

Chafurdado nos lamaçais, o ser humano foi perdendo os valores, a família, a própria auto-estima. Despreza o mundo espiritual, valoriza o material e o ego como algo superior. Para ele, não existe mais uma família estruturada, um guia superior, um valor alto que se alevanta.

Chegamos, é óbvio, ao fundo do poço nessa sociedade sem alternativa, onde o que vale é a ostentação. Hoje, precisamos de status para sobreviver, de luxo para se expor, de massagens no ego para conviver. Continuar nessa linha será decretar mesmo a falência do amor e da paz.

As palavras de amor e paz devem voltar ao vocabulário de nossa gente. Os valores que foram perdidos devem ser ressuscitados, assim como devemos ressuscitar Jesus Cristo dentro dos corações de cada um.Quem acredita que seja coisa do passado, sem dúvida está muito enganado.

O Natal se aproxima, todavia, e a esperança se renova. É o nascimento de Jesus Cristo que nos convida a refletir sobre o amanhã. Renovar é nascer de novo, devemos nascer de novo para transformar a humanidade, como fez o Senhor na cruz. È Jesus que nos convida para um mundo novo.

Não podemos neste Natal e começo de um novo ano mais uma vez se preparar com banquetes e presentes caríssimos. O que nos fará pela transformação é a humildade. Ser humilde é a palavra-chave nessa renovação que está chegando. A vinda de Cristo será exemplo de fé.

Ao mesmo tempo que desejamos a todos os leitores votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo, renovamos nosso compromisso de continuar em 2018 fazendo jornalismo independente e de qualidade. Agradecemos nossos colaboradores, anunciantes e patrocinadores pelo apoio durante 2017.

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