Nossa Palavra

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Se trocar a cadeira agora, em 2020 ela também pode ser trocada

Do mesmo modo que este O Defensor se posicionou na época contra a compra que o chefe do Executivo efetuou do prédio da Stéfani, por entender que existiam outras prioridades (e ainda existem) naquele instante em nosso Município, extremamente pobre, que não gera divisas e – muito menos – empregos, este semanário não pode arredar pé de manter opinião a respeito da proposta de trocar as cerca de 192 poltronas almofadadas da sede do Legislativo: existem outras prioridades no delicado momento.

Se for certa a afirmação de que na gestão anterior, o presidente da Câmara Luisinho Bassoli já gastou dinheiro para reformar as cadeiras que estavam mais à deriva, então a necessidade da compra de novas poltronas fica ainda mais desnecessária diante de uma Cidade que sofre graves problemas nos setores de saúde, educação e, a grosso modo, financeiramente não tem giro certo. Infelizmente, problema tão sério descambou para o terreno pessoal, não mais para coletivo, uma disputa de poder que vai prejudicar sensivelmente a Cidade.

Nesta questão específica, porém, temos que pensar grande, pois assim como o prefeito municipal foi exclusivista na aquisição do prédio da Stéfani, o presidente do Legislativo assim está sendo na proposta da compra de quase 200 cadeiras para os vereadores acomodarem as nádegas. Tipo assim: o dinheiro é meu e com ele faço o que quiser. Não é, entretanto, em ambos os casos. Trata-se de dinheiro público, grana do povo vinda dos impostos municipais (cujo Refis já decretado pelo prefeito também provocou bafafá).

Com dinheiro da população não se brinca, já alertava antigo adágio popular, sob pena de seus algozes (no caso o alcaide e o vereador) serem crucificados na fogueira das vaidades em 2020, quando os eleitores serão novamente chamados a dar seu veredicto político sobre os desmandos que foram (e ainda estão sendo) praticados em nome dos trabalhadores. E a sentença final, temos absoluta certeza, será rigorosa para aqueles que não administram bem o erário público e não costumam sequer prestar contas de suas estripulias.

Tanto no caso do chefe do Executivo como no caso do presidente da Câmara, entendemos que ambos devem pesar seus atos na balança, refletirem sobre suas atitudes perante a comunidade, pois ambos estão desviados do caminho politicamente correto e podem ser deletados pelo jugo popular na próxima eleição municipal. Tanto o alcaide, que está bravo porque o presidente da Câmara prefere gastar o dinheiro ao invés de devolvê-lo às burras da Prefeitura, quanto o presidente da Câmara, que está bravo com o alcaide.

Neste momento em que o Município atravessa um período de vacas magras, em que os cidadãos comem o pão que o diabo amassou, não é de bom alvitre e muito menos salutar o gasto desnecessário do dinheiro público. Infelizmente, os dois principais poderes – Executivo e Legislativo – cometem o mesmo pecado do escárnio com o erário, nenhum deles ouvindo o que pensa a população, mas procurando ostentar o seu “status” de manda-chuva urbano. Isso não é bom para uma Cidade ainda medianamente desenvolvida.

Estão certos os vereadores ao barrar o gesto quase fantasioso do presidente da Câmara em trocar 192 poltronas da sala de sessões do Legislativo num instante de depressão municipal, assim como o deveriam ter feito lá atrás, quando o prefeito teve o sonho quase iluminado de comprar o prédio da Stéfani para abrigar a Prefeitura (que o ex-prefeito Paulo Delgado tinha acabado de mudar para a Câmara). Nunca se viu tantas mudanças em tão pouco tempo numa Cidade tão pequena como Taquaritinga. Chega a ser invejável.

Este O Defensor é diretamente contra a troca das poltronas do Legislativo, assim como foi contrário a aquisição do prédio da Stéfani pela atual administração municipal. E sempre será contra a farra com o dinheiro do povo, o esbanjamento da verba pública. Se esse gasto tiver motivo político, então, deverá ser condenado de maneira radical pelo poder popular, já que – de uma forma ou de outra – mais uma vez será a população a ser atingida, a Cidade que não terá seus problemas resolvidos, enquanto os vereadores estarão sentados em novas cadeiras para tentar resolvê-los.

Vamos ver se em 2020 as poltronas serão trocadas!

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