Empresária taquaritinguense relata momentos de angústia e esperança após ficar 51 dias internada devido à Covid-19

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Na última segunda-feira (13) a reportagem do jornal O Defensor esteve no espaço da empresária taquaritinguense Sidy Macedo, onde ela relatou os momentos de angústia, mas a esperança e a fé que a fizeram superar mais de 51 dias de internação, desses, 40 na Unidade de Terapia Intensiva, tempo que passou lutando contra a infecção causada pela Covid-19.

Sidy iniciou a conversa dizendo “nós temos a mania de criticar o sistema público de saúde, mas quando caímos lá dentro vemos que no Brasil o sistema é de primeiro mundo, se comparado com os outros países. Foi um grande pesadelo, mas o ensinamento foi grande”.

“Quando eu fui para a UTI fiquei no alto fluxo, que é para ver se o seu pulmão responde e volta, mas o meu organismo não estava reagindo, então, a Dra. Cecília veio me avisar que a melhor sugestão no meu caso seria a intubação. Nesse momento eu estava com um livro, que meu irmão tinha levado um dia antes para passar o tempo e junto com o livro tinha uma caneta e um lápis. Quando ela disse que eu teria que ser intubada, eu pedi dez minutos à médica e escrevi uma carta para a minha família, dizendo que independente do que acontecesse eu estava muito feliz, tinha brilhado o tanto que poderia ter brilhado e tinha voltado de uma viagem que sempre quis fazer. Então, independente do que acontecesse, eu sabia que minha família e pessoas ficariam muito triste, mas eu estava muito feliz e eu sabia que o último diagnóstico é sempre Deus quem dá, então, se eu não aceitasse o tratamento eu morreria e se eu aceitasse e não corresse tudo bem, era a vontade de Deus”, declarou a empresária.

Ela ressaltou “em nenhum momento eu perdi o controle das minhas emoções e nessa carta eu também dizia o que eles deveriam fazer com o meu carro, meu negócio, meus pertences. Eu escrevi isso na capa do livro e depois eu só me lembro que toda a equipe entrou, fez o procedimento e não me lembro de mais nada. Fiquei inconsciente e acordei muitos dias depois”.

“Quando eu acordei, fiquei extremamente preocupada porque tinham passado muitos dias, já era oito de agosto, eu me sentia sozinha, achava que eu estava esquecida ali, que eu não sairia dali, mas ao mesmo tempo eu estava muito feliz porque eu estava viva, dentro do quarto, então, sabia que tinha dado certo e embora eu estivesse, muito depressiva, com medo, que aliás me acompanhou todos os dias”, disse Macedo.

Sidy acrescentou “quando os médicos e os enfermeiros passavam no leito, era nítida a alegria deles por eu ter voltado bem”.

Emocionada, a empresária declarou “realmente Deus tem um propósito na minha vida, eu ainda não sei qual é, mas agora vou ter tempo de descobrir e estou extremamente grata a tudo”.

Segundo ela, estava no México e quando foi pegar o avião para o Brasil, não pode embarcar porque o exame de PCR não tinha ficado pronto, então, remarcou a viagem para o próximo voo, e permaneceu mais de 48 horas no aeroporto, local de onde não pode sair. “Tenho certeza de que a contaminação foi no aeroporto, porque exatamente três dias depois que cheguei ao Brasil, comecei a apresentar sintomas e meu PCR tinha dado negativo antes do embarque”, afirmou.

No momento em que soube da intubação, Sidy disse “passou um filma na minha cabeça, se eu não aceitasse, eles iriam me intubar de qualquer jeito, mas a Dra. fez um serviço prestativo, porque eu estava consciente e como sou da teoria e da crença que Deus sabe de todas as coisas eu talvez iria morrer em dois dias, porque eu não conseguia respirar, era como se eu estivesse me afogando em uma piscina sem água, você tenta respirar e não consegue. Eu fiquei muito reflexiva, mas confiante em Deus e sabia que como ele decide todas as coisas, se fosse a hora, não adiantava eu chorar, porque seria a vontade Dele. Então, a médica fez todo o procedimento e deu tudo certo”.

“A gente só entende que quando passa por uma situação como essa, quando não temos controle da nossa vida, aí damos valor na nossa vida”, acrescentou.

Ela não teve nenhuma sequela definitiva, embora tenha passado por tratamentos invasivos, como traqueostomia, hemodiálise, teve falência nos rins, porém não ficou com sequela. Está recuperando a mobilidade, por conta da medicação, do tempo em que ficou no leito. Aproveitou a oportunidade e agradeceu ao Dr. Denis Machado, que cuida de sua recuperação motora e a Dra Giovana Valentim, que cuida da fisioterapia respiratória.

“Eu já disse nas minhas redes sociais, então, deixo a dica para as pessoas, que elas falem em vida, demonstrem em vida, no caso se eu tivesse morrido, eu não teria conhecimento dos textos, das mensagens que as pessoas me enviaram, então, viva o hoje, o agora, a vida é agora, porque daqui dez minutos eu posso morrer. Temos que viver todos os segundos como se fossem os últimos”, declarou Macedo.

Sidy encerrou agradecendo muito a equipe da Santa Casa. “Você chega lá de carro importado, moto táxi ou ambulância e o tratamento é o mesmo. Dr. Geraldo, Dr. Wilson, Dra. Carla Micali (fisioterapeuta), Fernanda Piveta (fisioterapeuta), mas se eu for citar todos eu serei injusta, porque vou esquecer de alguém, mas agradeço muito e muitas vezes olhamos apenas para os casos que não deram certo, mas a equipe está de parabéns, são pessoas excepcionais”.

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