Agricultura cria sistemas de produção com menor impacto ambiental
Integração lavoura-pecuária-floresta tem apresentado melhorias das condições do bem-estar animal, além de gerar menos gastos
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo está em uma constante busca de sistemas de produção de alimentos que sejam sustentáveis. Por meio de parcerias com diferentes frentes de pesquisas entre elas a USP e a Universidade da California-Davis, foi criado o projeto Práticas estratégicas para mitigação das emissões de gases de efeito estufa em sistemas de pastagem do sudeste brasileiro. O projeto investimento de R$ 1,8 milhões pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O principal objetivo é caracterizar e identificar os sistemas de produção de produtos de origem animal (carne e leite) que tenham menor impacto ambiental para promover o uso mais eficiente da terra para diminuir a pressão sobre áreas com florestas. Além disso, agregar valor ao produto, melhorando a renda do produtor e diminuindo os custos com adubação e fertilização nitrogenada.
“A expectativa é identificar sistemas que resultem em menor impacto sobre o ambiente, trabalhando com consórcio entre forrageiras, integração da pecuária com a lavoura, sistemas silvipastoris e sistemas intensificados de produção”, afirma Paulo Henrique Mazza Rodrigues, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e doutor em nutrição animal, que trabalha no projeto junto com outros 30 pesquisadores.
Produtores
Segundo Paulo, a expectativa é identificar sistemas que resultem em menor impacto sobre o ambiente, trabalhando com consórcio entre forrageiras, integração da pecuária com a lavoura, sistemas silvipastoris e sistemas intensificados de produção. “Os produtores estão efetivamente interessados em sistemas que diminuam o impacto ambiental, para atender essa nova demanda da sociedade”, enfatiza o pesquisador.
Os órgãos governamentais de fomento a pesquisa tem papel muito importante para estimular esse desenvolvimento. A Fapesp tem feito chamadas públicas de financiamentos para pesquisa em áreas temáticas. A tendência é que os projetos sejam feitos por grupos multidisciplinares, onde vários especialistas atuam em conjunto para encontrar soluções que são de interesse da sociedade.
Para a diretora do Centro de Pesquisa de Nutrição Animal e Pastagens, pesquisadora do instituto, Luciana Gerdes, tão importante quanto a geração do conhecimento está a interação entre instituições de pesquisa do Estado de São Paulo e de outras regiões do país, com a otimização da rede de infraestrutura, como laboratórios de análises e campos experimentais. “Estamos com quatro experimentos em desenvolvimento onde atuam especialistas de diferentes localidades – Nova Odessa, Pirassununga, São Carlos, Jaguariúna, Piracicaba e Estados Unidos”, afirma.
“O trabalho que estamos realizando de consórcio de braquiária com a leguminosa macrotiloma do acesso do Banco Ativo de Germoplasma do instituto (BAG-IZ) acabou de ser implantado e os primeiros dados estão previstos para outubro de 2019”, enfatiza Gerdes.
Do Portal do Governo