2 de novembro de 2024
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Artigo: Educação sem rumo

Por: Walber Gonçalves de Souza e Gilberto Orcini*

Educação é coisa séria! Educação precisa ser uma das nossas principais prioridades, ou até mesmo a primeira delas! Essas são frases que sempre ouvimos ao longo da vida e principalmente, em épocas eleitorais, são repetidas incansavelmente por candidatos nas mais variadas esferas e partidos.

Mas e daí? Isso todo mundo sabe, aliás se um país quer realmente alcançar o tão sonhado desenvolvimento tem que investir pesado na educação. Deve-se ter um projeto claro, contundente e com metas a serem perseguidas. Com educação não se brinca e nem tão pouco deve ser gerida de qualquer forma, como estamos vendo acontecer no Brasil. Haja vista países que foram destruídos por guerras se reergueram investindo em educação como o Japão, Coreia do Sul, entre outros. Mas por que isto não acontece no Brasil?

Muita gente dizia, durante o ano de 2018 que o Brasil seria outro, com um governo sério, independente, livre da velha política com integrantes técnicos para os ministérios. Mas o que venho acompanhando nos últimos dias me deixa assustado. Principalmente o que vem acontecendo no Ministério da Educação.

Imagine uma área tão importante, com um dos maiores orçamentos do Governo Federal apresentar problemas sérios de gestão, sem comando nem rumo. Isso que aparenta ser a gestão do atual Ministro, que aliás tem demonstrado uma inabilidade gigantesca para lidar com opiniões diferentes das que ele defende, contrariando a máxima de que não seria extremista. Parece que só estamos mudando de ponta.

Educação é construção, um processo contínuo de desenvolvimento de pessoas. A educação lida com gente, forma ou deforma pessoas. Para se construir é necessário planejamento, discussão, ouvir as pessoas envolvidas, buscar recursos humanos e financeiros, aliás esta última é um dos grandes desafios da educação brasileira, aumentar os investimentos na educação pública que carece tanto e ao mesmo tempo ter estes recursos nas mãos de bons gestores. Mas como realizar tarefas tão importantes com uma equipe que ainda nem se encontrou, exonerações e demissões constantes e que pelo que se mostra não sabe o que está fazendo.

Essa disputa ideológica que a cada governo tem se impondo na educação brasileira, em todas as esferas, tem destruido nossa esperança em avanços significativos, o que acarreta cada vez mais prejuízos para nossas crianças e jovens, mantendo-os no abismo do caos social.

E como se não tivessem questões mais sérias e relevantes, se já não bastassem tantos embrólios, o Ministro agora que defender uma revisão histórica sobre o golpe de 64. A que ponto chegamos! Ou não chegamos? A falta de projeto para o presente, para a nossa triste realidade educacional, esconde-se na discussão do passado, como se voltando no tempo consertaríamos o agora. Brincadeira!  Bola para a frente Ministro, mostre para que veio, se é que vossa excelência sabe.

*Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

*Gilberto Orcini é professor e advogado.