23 de dezembro de 2024
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Artigo: Ajude a APAE

Por: Rodrigo Segantini*

A APAE é uma das instituições mais queridas de nossa cidade e, certamente, uma das mais necessárias. Fundada em 1973 com o auxílio do pessoal da APAE de Ribeirão Preto e da Loja Maçônica Líbero Badaró e com o apoio do prefeito Waldemar D’Ambrósio, tendo o grande Oswaldo Velocce à frente, a entidade começou a prestar serviços para apoiar as famílias que contavam com membros que detinham necessidades diferenciadas e precisavam de cuidados próprios. Começou com um algo de um grupo abnegado de pessoas abnegadíssimas e dispostas a ajudar ao próximo e contribuir para a construção de uma sociedade justa e solidária.

Só que mudar o mundo custa. Porque manter um prédio custa, manter profissionais capacitados à disposição custa, capacitar profissionais custa…. Não é fácil manter uma entidade como a APAE, sobretudo porque quem precisa de sua assistência geralmente são pessoas que já possuem gastos muito altos em suas despesas familiares, porque as exigências de seus cuidados pessoais são caras por serem especiais e diferenciadas e necessitam de amparo social. Não precisamos nem exagerar para ajudar o amigo leitor a entender o que estamos querendo dizer: basta ir a qualquer farmácia e ver quanto custa um pacote de fraldas para adultos e imaginar que podem ser consumidos facilmente quatro pacotes ou mais por mês.

Por isso, para manter a APAE em funcionamento, é preciso contar com a ajuda de todos que puderem. Todos, sem exceção. Não adianta achar que essa é uma obrigação do governo ou dos políticos e que só isso basta. Não basta. É preciso que todas as pessoas, todas as empresas ajudem a APAE conforme suas possibilidades, pois, quanto mais gente colaborar, menor pode ser essa colaboração ou, de outra forma, mais pessoas ou mais ainda a APAE pode ajudar as pessoas que assiste. Se um deixar para o outro, se um não ajudar tudo o que puder, se deixarmos para lá ou nas mãos da Prefeitura, o que acontecerá é que a APAE nunca conseguirá alcançar o que precisa para atender quem a procura e sempre estará passando crises e privações, que impactará muito negativamente as vidas de gente que já sofrem demais por outras razões e motivos.

Taquaritinga nunca virou as costas para a APAE, essa é uma verdade inconteste. Isso porque a APAE de Taquaritinga é uma entidade acima do bem e do mal, idônea e com uma belíssima folha de serviços prestados à nossa comunidade. Ao longo de seus 50 anos, a APAE de Taquaritinga nunca se furtou da responsabilidade que avocou para si e que manteve suas portas abertas para acolher aos mais necessitados portadores de deficiências físicas e cognitivas que buscaram sua ajuda, seu amparo e sua consolação nos momentos de maior desespero. Sempre que precisou da ajuda de nossa gente, a APAE pôde contar conosco.

Mais uma vez, a APAE de Taquaritinga está contando com a compreensão e a colaboração de nossa gente. Por causa da crise que a Prefeitura está passando, os repasses que a entidade estava contando para poder se manter não estão sendo feitos como se esperava e esse dinheiro está fazendo muita falta. Por isso, a diretoria está lançando uma campanha de arrecadação de fundos. Não é uma rifa, não é um sorteio, quem ajudar não vai ganhar nenhum brinde ou concorrer a qualquer prêmio. A APAE está precisando de dinheiro para se manter e está pedindo doações em dinheiro em troca de poder seguir com suas portas abertas e com sua boa e reconhecida prestação de serviços.

Para isso, foi aberto um livro de ouro, que é um método conhecido para arrecadação de fundos. Em um encadernado, quem se interessar em fazer uma doação faz seu registro, apondo seu nome, o valor que está passando, a data e sua assinatura, identificando sua contribuição para registro histórico. É como uma espécie de vaquinha, a partir do qual a entidade, precisando angariar determinado valor, procure obtê-lo buscando a colaboração de todos que puderem e se interessarem. Menos pelo reconhecimento histórico que poderá haver caso alguém no futuro venha a compulsar esse livro de ouro e mais pelo mérito que a APAE tem junto à nossa cidade, precisamos que todos colaborem. Qualquer ajuda é ajuda – desde R$ 1 até R$ 1 milhão, a APAE está precisando. Quem puder, deve procurar pela entidade ou por algum dos membros da diretoria para poder fazer sua colaboração.

Realmente, é lamentável que uma entidade como a APAE de Taquaritinga tenha que fazer esse tipo de apelo para poder continuar a atender as 200 famílias que hoje assiste. Também é revoltante saber que a APAE de Taquaritinga só chegou a esse ponto porque a Prefeitura faltou com o compromisso que assumiu. No entanto, lamentável e revoltante será saber que, neste momento, a APAE pediu a colaboração de nossa gente e negamos esse necessário auxílio ou o que fizemos por ela não foi suficiente. Ao fazer pela APAE, tenhamos em mente que estamos fazendo para quem mais precisa porque são pessoas que sozinhas não tem nem condições de pedir ajuda ou buscar socorro. Assine o livro de ouro e permita que nossa APAE continue fazendo seu excelente trabalho.

*Rodrigo Segantini é advogado, professor universitário, mestre em psicologia pela Famerp.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.