21 de novembro de 2024
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Cervejando –  Desmatamento da Amazônica muda preço de cerveja

Por Monali Bassoli*

A Cervejaria Colorado lançou a Colorado Amazônica com o propósito de ajudar a manter a floresta amazônica. Para isso, semana a semana, o preço da Colorado Amazônica poderá flutuar de acordo com os índices de desmatamento da região. Ou seja, à medida que se reduz o desmatamento, cai o preço da cerveja, e quanto menor a floresta, mais cara será a lata de Colorado Amazônica.

O objetivo é valorizar a região que apresenta a maior biodiversidade do país, a Colorado Amazônica irá colaborar com comunidades tradicionais da Amazônia – desde a escolha e compra dos ingredientes até a venda da cerveja. Feita com babaçu, artesanalmente produzida por comunidades no Pará, o novo rótulo terá 100% do valor arrecadado em sua venda doado para a Rede de Cantinas da Terra do Meio, formada por ribeirinhos, indígenas e agricultores familiares, que trabalham com profundo respeito e exercem um papel fundamental na conservação da área e manutenção da floresta em pé.

O projeto conta com a parceria da rede Origens Brasil, que promove negócios sustentáveis na Amazônia em áreas prioritárias de conservação, garantindo a origem, transparência, rastreabilidade e o comércio justo de produtos da região.

Para valorar, o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, desenvolveu um Índice de Reajuste de Preços da Amazônia (Irpa) que tem como base a comparação da média do desmatamento semanal detectado nas últimas quatro semanas e o mesmo período do ano anterior. A cada semana, o índice será calculado e indicará o reajuste a mais ou a menos que será aplicado ao preço da cerveja.

Vendida em latas de 310 ml, a cerveja chegou ao mercado no dia 3 de setembro com o preço inicial de R$ 5,49. Mas já no primeiro reajuste, o preço aumentou 45,9% e passou a custar R$ 8,01.

Essa iniciativa ocorre em meio a polêmicas internacionais sobre os altos índices de desmatamento na Amazônia, pelos quais muitos culpam o presidente Jair Bolsonaro, defensor da abertura da floresta para atividades como a mineração e a agropecuária.

Lembrando que meu e-mail [email protected] está aberto para sugestões e dúvidas e que esta coluna e todas as outras já publicadas podem ser lidas no meu blog: etudocomida.tumblr.com

*Monali Bassoli, jornalista e sommelière de cerveja – [email protected]