23 de dezembro de 2024
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Prevenção: OMS alerta pessoas que ouvem música alta para risco de perda auditiva

Novo documento da organização estipula padrão para fabricação de dispositivos de áudio.

No dia 12 de março, um documento com novo padrão internacional para a fabricação de dispositivos de áudio foi lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a União Internacional de Telecomunicações.

Segundo estimativas da OMS, 5% da população mundial, cerca de 466 milhões de pessoas, possui deficiências auditivas consideráveis. Trata-se de 432 milhões de adultos e 34 milhões de crianças, tendo um custo de US$ 750 bilhões para a economia global todos os anos. E as previsões futuras do órgão são preocupantes: estima-se que até o ano de 2050, uma em cada dez pessoas terá perda auditiva significativa.

Fausto Nakandakari, otorrino do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, explica que há várias causas para a perda auditiva: “Algo muito importante de se ter em mente é o tempo de exposição versus o volume do ruído”.

De acordo com o especialista, os primeiros sintomas de uma pessoa com início de perda auditiva podem variar, mas é “necessário estar atento a possíveis dificuldades na própria percepção da audição, infecções, secreções no ouvido e desconfortos, como ouvir um zumbido constante”.

Escuta saudável – Os argumentos do trabalho da OMS foram expostos na iniciativa “Make Listening Safe”, que dá recomendações para melhorar as práticas de escuta na sociedade. O documento dá diretrizes a serem adotadas por governos, indústrias e a sociedade civil em todo mundo.

A ideia da OMS é que seja colocado um limite automático de volume em aparelhos, principalmente em celulares. Para se ter uma ideia, adultos deveriam ouvir músicas e outros ruídos até 80 decibéis em até 40 horas por semana. Segundo o estudo da organização, hábitos que extrapolem essas recomendações podem ser danosos à audição.

Apesar dos jovens estarem mais sucintos às perdas auditivas, Nakandakari conta que pessoas com profissões variadas também estão expostas a ruídos. “Um trabalhador, por exemplo, ao longo de anos e anos, após ter passado por uma exposição intensa ao ruído tem perda auditiva. Da mesma que os jovens que ouvem música alto no fone de ouvido, ele também terá diminuição auditiva”, explica.

No site da OMS, o diretor-geral da instituição fala do impacto do estudo na vida das pessoas. “As pessoas devem entender que, uma vez que perdem a audição, não é possível recuperá-la. Este novo padrão OMS-UIT fará o melhor para proteger esses consumidores enquanto fazem algo de que gostam”, disse.

Fonte: Revista Galileu