22 de dezembro de 2024
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Sarampo: Brasil está entre os 10 países que causam surto global da doença

Cobertura vacinal baixa em crianças é a maior preocupação.

Nesta quinta-feira (28), um levantamento divulgado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostrou que Brasil é líder entre países que haviam se declarado livres do sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, a reintrodução do vírus é atribuída ao surto da doença na Venezuela, que faz fronteira com o País.

Com mais de 10 mil casos registrados, o Brasil está entre os três primeiros, atrás das Filipinas e da Ucrânia, líder com 30 mil casos no ano passado.

Dez países são responsáveis por 74% do aumento de casos da doença no mundo. Os demais países são Iêmen (6.641), Venezuela (4.916), Sérvia (4.355), Madagascar (4.307), Sudão (3.496), Tailândia (2.758) e França (2.269).

A agência da ONU ressalta que os “níveis alarmantes de sarampo no mundo estão sendo puxados por vários países que haviam sido declarados livres da doença”. Nesse quesito, o Brasil é o principal deles, com o maior número de casos, 10.262. O país havia recebido, em 2016, a certificação de eliminação da circulação do vírus da OMS (Organização Mundial da Saúde), que declarou a região das Américas livre do sarampo.

“Não importa como e por onde o vírus entrou no Brasil. Se começaram a haver casos no país, é porque a cobertura vacinal, principalmente das crianças, não estava boa”, afirma Cristina Albuquerque, Chefe de Saúde e HIV do Unicef no Brasil.

Devido ao retorno da doença ao Brasil, o ministério fez, de agosto a setembro do ano passado, a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite. O público-alvo eram crianças entre 1 e 5 anos incompletos.

A campanha alcançou 98% da cobertura vacinal do público-alvo, no entanto, no grupo de 1 ano, a meta não foi atingida, ficando em 92%. O recomendado pela OMS é de no mínimo 95%.

A Unicef descreve o sarampo como uma doença mais contagiosa que o ebola, a tuberculose e a gripe. “O vírus pode ser contraído até duas horas depois de a pessoa infectada ter saído do local. Ele é transmitido pelo ar e infecta o trato respiratório, podendo matar crianças malnutridas e bebês que ainda são muito novos para serem vacinados. Uma vez infectado, não há um tratamento específico para o sarampo, por isso a vacinação é uma ferramenta para salvar a vida das crianças”, afirmou por meio de nota.

Apenas três Estados brasileiros apresentam transmissão ativa do sarampo, segundo o último boletim epidemiológico da doença do Ministério da Saúde, de 14 de fevereiro: Amazonas, Roraima e Pará. No ano passado, havia casos em todas as regiões do país.