Nossa Palavra: Está chegando a hora!
Embora o prefeito Vanderlei tenha tentado dedicar o mês de junho às comemorações do nascimento de Taquaritinga – outrora Ribeirãozinho – que completou 150 anos de berço, a verdade é que a população da cidade ainda reverencia (talvez pela história) a celebração da emancipação político-administrativa do município. Portanto, o grosso das comemorações será mesmo o mês de agosto, que os de fora consideram como mês aziago, mas que para os de Taquaritinga traz sempre um bafejo de sorte e de energia positiva.
O evento da administração Mársico/Coelho da Rocha – mais para fixar a marca do chefe do Executivo que para reacender a memória do nascimento – veio, todavia, a calhar. Num momento em que a falta de civismo e de moral passa uma rasteira nos símbolos nacionais e os valores éticos dão um trança-pé na honra e honestidade, estamos sofrendo uma crise de identidade. Hoje, estamos entrando na lua cheia. E com uma eclipse lunar total, que anuncia transformação e mudança, renovação de tudo e de todos que nos rodeiam.
Nossa cidade, via de regra, sempre abraçou os movimentos que mudaram os rumos do país. Podemos citar ,como exemplo, os camisas-verdes (integralistas que seguiam os passos de Plínio Salgado que, inclusive, foi casado com uma taquaritinguense) e o próprio grupo da TFP (Tradição, Família e Propriedade) que, com seus megafones, bandeiras vermelhas e cabelos escovinhas tipo militar, confundiam os moradores – até hoje tem agricultores que consideram os seguidores de Plínio Corrêa de Oliveira como um bando de anarcocomunistas angariando muitos simpatizantes na terrinha.
Alguns misturam tudo. Há muitos e muitos anos, quando Taquaritinga ainda não tinha proclamado a República (se alguma vez a proclamou) eram os italianos que formavam suas colônias anarquistas e ditavam regras sem leis e princípios. A cidade cresceu – alguns dizem que inchou e os espaços diminuíram, tanto é que hoje já se discute a transferência do desfile cívico da Rua do Comércio (a tradicional Prudente de Morais, principal artéria comercial da Cidade) para a AvenidaPaulo Roberto Scandar, o “point” da juventude no Município.
Este O Defensor, comunga, sem dúvida, da mudança de local e da própria mudança de horário. Não é concebível que crianças em idade escolar fiquem expostas ao sol do meio-dia, marchando à torto e a direito, mas esse é assunto para outros editoriais. Resta agora definir um horário especial para crianças e adolescentes: nem muito cedo que possa queimar com o sol e nem muito tarde que elas durmam nas arquibancadas.
Ao tirar o desfile cívico do acanhado espaço do quadrilátero central da cidade, o governo municipal abre um leque de opções e alternativas para novas empreitadas rumo ao futuro. O aniversário de emancipação de Taquaritinga (16 de agosto) está chegando. É a hora de um só coração. Não o coração romântico e inocente da Ribeirãozinho que defendia o império monarquista, mas aquele que foi no “front” da Revolução de 1932, para defender uma constituição democrática e legalista.
Aquele que foi na Itália defender as liberdades na 2ª Guerra Mundial contra o nazismo de Hitler (Alemanha) e o fascismo de Mussolini (Itália), que contavam com apoio de Japão e adjacências. O coração valente e guerreiro que fez com que o Clube Atlético Taquaritinga (CAT) vencesse a Taça dos Invictos e, depois, subisse para a divisão maior do futebol paulista. Em menos de 90 dias, construímos o Estádio Dr. Adail Nunes da Silva, o “Taquarão” Nosso município não teve heróis de peso, mas teve corações de ouro. Como João Bobo.
Não teve heróis de guerra, mas teve defensores da decência e da ética, como o ex-deputado taquaritinguense Dr. Dimas Eduardo Ramalho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O cônego Lourenço Cavallini não estava errado quando compôs o Hino a Taquaritinga e desenhou o dístico de nossa bandeira. Por que nos ufanamos de Taquaritinga?É simples. Porque é a terra de nossos pais e nós te queremos assim bem forte.