O Tadao não era só um Bar…

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Por: Gustavo Girotto*

O Tadao não era só um Bar, ao longo dos anos, se tornou uma grande atração turística de Taquaritinga. Não só pela fama do sorvete, ou por estar na esquina mais alegre do carnaval – o Tadao nestes 43 anos construiu uma sólida reputação: o Bar do Tadao.

Quem vai ao Rio de Janeiro, tira foto do Cristo. Em São Paulo, as poses são da Avenida Paulista. Nos festejos de Momo da cidade, a foto é da esquina do Bar do Tadao. Repare!

Com paciência oriental, durante sua jornada, o japonês esgrimou bravamente contra duras críticas – até por ter um bar em frente a uma das escolas mais tradicionais do município. Resiliente e até pela disciplina – provavelmente herdada dos seus ancestrais, – o Tadao Matsu vencia os combates por trabalhar com afinco. Colecionou latinhas de cerveja, de todos os continentes, e fez amigos dos mais diversos cantos do mundo.

Muitos iam para beber, outros para comer, alguns para se aconselhar – o Tadao também era um consultório diário, até salvava casamentos (é fato). Criou um dos drinks mais festejados e autênticos da cidade: o sorvete artesal misturado com vodka – iguaria de raro quilate. Por 43 anos – ele resistiu, se reinventou, passou por crises e lutou – é isso que fazem os Samurais.

Ilustração Chico Pinico

Do Bar do Tadao sai a Jardineira da Tarde. Também de lá, o Bloco Chame Gente aportou e fez seu palco. A Dissidência do Samba Batata Doce , nos dias de desfile, parte daquele porto em direção aos mares da alergia. São histórias que não cabem em um livro de mil páginas…

Um comunicado circulou pela internet – até atribuindo a decisão pela Pandemia, outro por conjuntura política – e lá foi novamente o Tadao rechaçar a ‘boca maldita’ (não confudam com a de Curitiba).

A verdade é que o Tadao, claramente, nunca foi só um Bar – na cidade há dezenas de bares. Era o Tadao. E, como ele tem vocação, quando o mundo retornar aos trilhos da normalidade (espero que logo) – quem sabe não volte o Tadao, o carnaval e a alegria…nossas homenagens pelos longos anos…. Mais que isso: pela paciência oriental nas madrugadas de folia que, com razão, muitas vezes se perdia. Rememoro a frase icônica da sexta-feira de carnaval: O Tadao é nosso pastor e nada nos faltará. Amém… Arigatou, Sayonara Tadao San….

#voltaembrevetadao

*Gustavo Girotto é jornalista.

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