Artigo: Feiqui Nius

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Por: Dr. Luiz Roberto Vasconcellos Boselli*

Que mentira, que lorota boa… Os transformadores de uma assertiva, aceita como verdadeira, (pela humanidade como um todo), para uma assertiva fantasiosa, geralmente o fazem com uma informação verídica e consolidada – mormente asserções científicas.

O fazem tendo como objetivo divulgar afirmações contrárias às verdades consolidadas, a fim de induzir ao erro e ao engano. Enganar é trair a confiança de incautos, que acreditam nas ilusórias e fáceis falácias. Este sadismo intelectual existe em larga escala, na vida pós-moderno. Todavia, não é privilégio desta nossa atual época, pois, a mentira, a falsidade, a traição e o logro sempre estiveram presentes em tempos mais que idos.

São construções coletivas ou individuais que são enganadoras, que iludem – “verdadeiras invencionices”. Construções intelectuais cujo propósito único é de enganar e ludibriar. Entretanto, muitas vezes, as consequências são nefastas: vide a relutância em levar, de muitos pais, os (as) seus filhos (as) para vacinar. Outra nefasta consequência é possibilidade de ocorrer a volta de doenças que já estavam erradicadas: vide a possiblidade da volta da poliomielite.

Uma criança, acometida por poliomielite, após certo crescimento, eventualmente, pode entrar na Justiça, em demanda contra os pais, não por indenização monetária, mas sim, por uma Retratação Pública, assumindo a culpa por, tendo vacina disponível, se fiaram em pseudo informações científicas, não levaram a criança para ser vacinada. Não se tem notícia de tal acontecimento. Entretanto estas novas gerações, na pós-modernidade…  Mas a raça humana é pródiga em “caras de paus” e “larápios em geral”.

Vejamos algumas alegações, atuais e passadas, que falseiam,  a verdade: as hipócritas e eternas mentiras políticas; troca de falácias em qualquer entrevero bélico (maior imbecilidade humana); falsidades amorosas; embustes em relação a violência contra a mulher; engodos no perfil de internautas; intrigas em condomínios; falsidade entre “amigos”, fofocas/passatempo entre vizinhos sentados nas calçadas de cidades no nosso interior…

Ignorância preconceituosa leva a maldades inventadas, falsídico, charlatão, sadismo intelectual – qualquer desonestidade ou golpe: NÃO AGUCE A SUA GANÂNCIA – PENSANDO EM SE DAR BEM – SENÃO VOCÊ, FATALMENTE, CAIRÁ NAS ARAPUCAS DO bilhete premiado, no Whatzapp, pelo celular, pelo computador …FGTS, Auxilio Brasil, Imposto de Renda… Cá entre nós, se você tivesse, de fato, devendo somas vultuosas para o banco onde tem sua conta, será que seu banco não correria atrás de você – loucamente?

Enfim, e também, muito se usou e ainda é usado “sacrificar/ou adoecer membros familiares”, como justificativas – LITERATURA: temos o emblemático personagem Iago da peça de teatro “Otelo, o Mouro de Veneza”(Shakespeare); a apetitosa maçã do clássico infantil “Branca de Neve”; A carruagem/abobora da “Gata Borralheira”; o nariz do “Pinóquio”; os dedinhos de “João e Maria”; o “Pé de Feijão”; O lobovovó do “Chapeuzinho Vermelho”, Ema, a “Madame Bovary” (Flaubert); “o primo Basílio” (Eça de Queirós); Diadorim, “Grandes Sertões: Veredas”, “Hamlet” – esta tragédia explora temas como a traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade (Shakespeare). CINEMA: as cartas de “Central do Brasil”; alusivo à 2ª Guerra Mundial “A vida é Bela”. POLÌTICA: Reinado Brasil: a Princesa Isabel “foi traída, e não traiu jamais…”; Congresso “Orçamento Secreto”; Governo Estadual “O sórdido e inconstitucional Golpe do espertalhão (hoje ex mandante mor) contra o funcionalismo estadual da ativa e aposentado”. Roma: “até tu Brutos” frase do Imperador Júlio César, ao surpreender o seu filho, entre o grupo de Senadores que o traíram e o assassinaram. FOLCLORE: a Lenda do Boto (região Norte): o boto se transforma em belo rapaz que em dias de festa seduz moçoilas. Entendeu a razão e/ou o porquê da Lenda? Quer que desenhe? Não, né? Vamos em frente. Fenômeno psicossocial, não tão atual, mas, também atual é o de mães solos – mulheres que um dia acreditaram cegamente em seus companheiros, e/ou fizeram a chamada “produção independente”. Estamos em ano de eleições e provavelmente teremos pesquisas de intenção de votos falsificadas.

Ao produzir materiais falsos esta pessoa peca como cidadã e membro de uma sociedade Democrática e um Estado de Direito. Sua prática é um desserviço contra a Democracia. Enfim, a mentira é um artifício usado por pessoas de fraqueza moral e de caráter duvidoso. Dizer que seu cachorro fugiu, depois de você o ter largado na rua: convenhamos que é um acinte a quem tem amor por animais caseiros e/ou de seus cuidadores. E assim, a humanidade continua caminhando… e afinal, permanece a perene dúvida // Capitu traiu ou não traiu?

*Dr. Luiz Roberto Vasconcellos Boselli é docente da Unesp/Marília –  [email protected]

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

 

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