Transmissão automática requer cuidados especiais, afirma especialista

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Entender um pouco como é o funcionamento do câmbio do seu veículo ajuda a sair de possíveis enrascadas mecânicas.

Que o câmbio automático se popularizou no Brasil, isso é um fato. Hoje, mais de 53% dos modelos produzidos no país já oferecem a opção com a transmissão sem o pedal da embreagem. Mais complexo do que o modelo manual, o componente que não exige a troca das marchas por meio de uma alavanca, que utiliza um conjunto de engrenagens planetárias, no qual uma única peça trabalha aliada a um conversor de torque, componente responsável por acoplar o motor à caixa de transmissão, fazendo o mesmo papel da embreagem, no caso dos câmbios manuais.

De acordo com o professor do curso de Engenharia Mecânica da Anhanguera, Marcos Antonio Dias, os modelos mais comuns são os automatizados, CVT (Transmissão Continuamente Variável) e a tradicional. “Com o câmbio automático, a embreagem é acionada pelo sistema eletrônico e os sensores hidráulicos promovem as trocas automáticas, tudo isso depois de analisar a velocidade e a rotação do carro”, esclarece Dias. “Já o CVT conta com uma estrutura de correia ou polia, algo semelhante ao sistema de uma motocicleta sem marcha e sem seleção de velocidades, assim, oferece respostas mais rápidas”, completa.

O modelo mais em alta do mercado é o de dupla embreagem. Que utiliza um disco de embreagem maior que aciona as marchas pares e a marcha à ré, enquanto o outro menor fica responsável pelas ímpares. Com isso, enquanto uma marcha está engatada, a próxima já está pronta para entrar em ação. Há mais velocidade nas trocas, se comparado com o automático convencional.

“Algumas caixas ficaram mais famosas por serem incluídas em modelos de automóveis mais modernos e outras já nem tanto. De qualquer forma, os cuidados são similares”, conclui o professor.

Modelo mais em alta do mercado é o de dupla embreagem – Foto: Divulgação

Para não cair em enrascada com o seu automóvel automático, o engenheiro recomenda cinco passos:

  1. Atenção com a troca do lubrificante. Independentemente do que é recomendado pela fabricante, verifique a lubrificação a cada 30 mil km rodados (com fluido mineral) e, para os sintéticos, até 50 mil km. Se o líquido já estiver escuro, é sinal de contaminação e de que já perdeu suas propriedades.
  2. Carro automático não morre. Se ele estiver parecendo estar fora do ponto ou transmitindo trepidações, fique em alerta.
  3. Veja se o líquido de arrefecimento do motor e o nível da água do radiador estão em ordem, pois, além de refrigerar o motor, eles também são responsáveis por manter a temperatura do fluido da transmissão automática. Se o motor entrar em aquecimento, o câmbio também superaquece e tem os seus componentes avariados.
  4. Quase todas as transmissões automáticas contam com um filtro ou uma tela. É importante que ela seja lavada ou trocada quando se substitui o fluido da transmissão.
  5. Por fim, os mesmos cuidados indicados para os modelos manuais também se aplicam aos automáticos. Tentar arrancar a toda a hora, usando o pé esquerdo para frear e o direito para acelerar ao mesmo tempo faz o conjunto trabalhar sobreaquecido. Deixar a transmissão atuar suavemente aumenta a vida útil de todo o sistema.
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