Artigo: Autismo – parte III

Compartilhe esta notícia:

Por: Arthur Micheloni*

Chegamos à terceira e última parte do artigo. Desta vez, abordaremos os tipos e graus e como é feito o tratamento para o autismo.

De acordo com o quadro clínica do paciente, o transtorno do espectro autista pode ser classificado em:

– Autismo clássico:

Neste, o grau de comprometimento pode variar. Em geral, os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual nem com o ambiente e nem com pessoas ao seu redor. Eles falam, mas geralmente não usam a fala como ferramenta de comunicação. Tem dificuldade de compreensão e aprendem apenas o sentido literal das palavras, assim, não entendem metáforas e nem o duplo sentido das coisas. Nas formas mais graves, demonstram ausência total de contato interpessoal. São crianças isoladas, que não aprendem a falar, e não socializam com sorrisos ou olhares, normalmente repetem movimentos estereotipados, sem ter muito significado e apresentam déficit mental importante;

– Autismo de alto desempenho (Síndrome de Asperger):

Os indivíduos apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, porém em uma medida bem reduzida. São muito inteligentes e verbais. Essa inteligência é tanta, que chegam a ser confundidos com gênios, são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. E quanto menor a dificuldade de interação social, mais fácil fica a aproximação da vida normal.

-DGD-SOE (Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação):

São considerados dentro do espectro autista, tem dificuldade de comunicação e de interação social, porém, os sintomas não são suficientes para inclui-los em nenhuma das categorias do transtorno, o que o torna um diagnóstico mais difícil.

Hoje o diagnóstico de autismo é traçado conforme o nível de gravidade – ou de necessidade de suporte – que cada indivíduo demanda, sendo:

  • Nível 1 (autismo leve): alguém neste nível tem problemas para iniciar interações e mostra menor interesse nos relacionamentos. O comportamento inflexível leva a dificuldades nas atividades cotidianas.
  • Nível 2 (autismo moderado): neste nível, as pessoas têm dificuldade acentuada com a comunicação verbal e não verbal. Eles têm habilidades sociais limitadas. Sua inflexibilidade é óbvia para observadores casuais.
  • Nível 3 (autismo severo): alguém neste nível tem graves dificuldades de comunicação, incluindo modos verbais e não-verbais. Eles têm acentuada dificuldade de funcionamento.

Pensando em tratamento, ainda não se conhece a cura definitiva para o transtorno do espectro do autista. Da mesma forma não existe um padrão de tratamento que possa ser aplicado em todos os portadores do distúrbio. Cada paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado que exige a participação dos pais, dos familiares e de uma equipe profissional multidisciplinar visando à reabilitação global do paciente. O uso de medicamentos só é indicado quando surgem complicações e comorbidades.

Finalizamos aqui nossa série de artigos sobre o Transtorno do espectro autista. Espero que tenha conseguido esclarecer um pouco sobre esse tema bem complexo e extenso, porém, caso ainda tenha ficado dúvidas, serei prestativo ao esclarecê-las via e-mail.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Ortopedia e Traumatologia, pós-graduando em Fitoterapia, discente e adepto da Medicina Integrativa e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

Compartilhe esta notícia: