Artigo: Para 2022, memória e humanidade

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Por: Isabela Nascimento*

Eu não sei o que 2022 nos reserva, mas sei que estamos aqui hoje, quando muitos, mais de 600 mil, não estão mais. Não puderam abraçar seus familiares e nem desejar feliz ano novo a eles. Ficaram pelo caminho de um ano turbulento e difícil, embora também repleto de esperança pela chegada da vacina.

Eu não sei o que 2022 nos reserva, mas sei que há um motivo importante para termos ficado, sobrevivido e superado. A começar pela valorização da saúde, da vida, do aqui e do agora. A começar pela honra daqueles que se foram, sofreram e perderam o ar enquanto a recusa das vacinas, as propinas, o negacionismo e a infodemia ganhavam fôlego cada vez mais. A começar pela empatia com aqueles que voltaram a passar fome, na linha da miséria, a beira do abismo, recolhendo restos em caminhões de lixo.

Eu não sei o que 2022 reserva para nossa história, mas sei que teremos o poder de mudar o rumo de nossa trajetória. Obviamente que os propósitos para 2022 passam pelos nossos desejos e anseios individuais: os planos, a casa, as viagens, as conquistas, as metas, os carnavais.

Mas, se tem uma coisa que 2021 também nos ensinou é que sem o bem-estar geral, não há como assegurar o bem-estar pessoal. Desse modo, nossos propósitos para o ano que acabou de começar devem passar pela solidariedade, pela compaixão, pela fraternidade, pela esperança, pela verdade e pela memória. Sim, a memória.

Memória de tudo que vivemos, passamos e sofremos. Para não se repetir. Não podemos dar ao mal a chance de continuar a nos conduzir. A Ômicron está aí.

Nas palavras do poeta Sérgio Vaz: “O Ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele. Acredite em você.”

Que em 2022 a sanidade volte a conduzir as concepções do povo brasileiro. A decisão estará em nossas mãos.

*Isabela Nascimento é Professora de Redação e Espanhol, Bacharela em Letras e Mestra em Estudos Literários.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

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