Artigo: Vida, tente outra vez!

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Por: Prof. Sergio A. Sant’Anna*

Vi que vários colegas postaram que precisavam de férias. Alguns postando suas festas de encerramento do ano letivo, confraternizações etc. Confesso que este ano foi difícil. Mais difícil que o ano de 2020. Trago para o texto a minha rotina como professor, lidando com alunos de maneira virtual e presencial, o chamado híbrido – acorrentado aos caprichos tecnológicos, às mordaças pandêmicas e aos desvios humanos.

Somos imperfeitos. Imprecisos. Seres em formação. Nesta definição caberia a máxima socrática. Porém, a morte nunca esteve tão perto como agora. Ano passado as perdas foram várias. Duras e insanas. Difíceis de serem aceitas. Principalmente quando observamos uma Nação ser dizimada pela ineficiência de seu gestor. Todavia, este ano de 2021 a morte trouxe o destino e quiseram eles que não fosse apenas a pandemia que levasse os nossos. Quantos amigos e parentes faleceram vitimados por interrupções cardíacas?

Ontem nos falamos; hoje, a notícia do seu falecimento prematuro e fulminante. O coração parara de bater bruscamente. Seria a preocupação diante da pandemia? Só sei que se foram e deixaram uma lacuna aberta. A morte não deu trégua: matou pela avassaladora pandemia de covid-19, porém trouxe consigo outras tantas formas de eliminar a vida…

Vibrei com a recuperação de muitos, famílias em festas, meses na UTI, semanas isolados de seus entes queridos, quanto sofrimento, quanta dor, mas estão em casa, amamentando-se do seio fraterno. A vida voltou. Retornou. Não como dantes. Expensas. Perempções. No mais recôndito dos cantos, a inundação. Desespero. Perdas. Humilhação. Do outro lado um presidente da República usufruindo de férias (que ele julga merecidas), enquanto milhares de cidadãos perdem seus entes, suas posses, sua cidadania, garantidas por lei. Destino infausto. Tragédia anunciada. Soluções politiqueiras. Nesse momento as palavras necessitariam de sossego aos milhões de cidadãos brasileiros, todavia os vocábulos são intensos porque o egocentrismo é seletivo.

Se você, assim como eu, ainda sonha com o abraço apertado, com o sorriso largo, e o coração inundado por amor acumulado, continue seguindo os protocolos de higiene. Respeite o próximo. Saiba que é de batalhas que se vive a vida como cantou o eterno Raul Seixas. E não menos: tente outra vez…

Feliz 2021!

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

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