Artigo: CENTRÃO

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Por: Luís Bassoli*

“Centrão” é o conjunto de partidos sem orientação ideológica, que invariavelmente apoiam o governo (independente qual),  com o objetivo de obter vantagens e privilégios.

Origem

O termo surgiu na Constituinte de 1987, para designar o grupo que apoiou o presidente Sarney contra as propostas de Ulysses Guimarães.

Composição

Começou com cinco partidos: PFL, PL, PDS, PDC e PTB – e parte do PMDB. Os parlamentares, do “baixo clero”, atuavam no modelo “toma-lá-dá-cá”, i.é., aprovavam as propostas do Executivo em troca de cargos e benefícios.

Ressurgimento

O agrupamento voltou a ter destaque em 2014, com o deputado Eduardo Cunha (líder do PMDB), descontente com a presidente Dilma Rousseff, que se negou a se submeter ao clientelismo. O novo Centrão reunia oito partidos: PSC, PP, PROS, PMDB, PTB, PR e Solidariedade; em 2015, Cunha foi eleito presidente da Câmara e articulou, com mais sete partidos (PSD, PRB, PEN, PTN, PHS, PSL e AVANTE), o impeachment de Dilma.

Michel Temer

O grupo sustentou o governo Temer e barrou as denúncias criminais contra o presidente, em troca de cargos e verbas.

Eleições 2018    

No primeiro turno, o Centrão apoiou Geraldo Alckmin (PSDB); no segundo turno, aderiu à candidatura bolsonarista.

Casamento, Divórcio E Reaproximação

Após a eleição, o Centrão se reorganizou com a ascensão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), do líder do Progressistas, Arthur Lira, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP).

No final de 2019, bolsonaro deixou o PSL, tentou criar um novo partido, e encenou um rompimento com o bloco.

Meses antes, o general Augusto Heleno (ministro-chefe Gabinete de Segurança Institucional), cantou: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, acrescentando que: “O Centrão é a materialização da impunidade”. Meses depois, com o agravamento das denúncias de corrupção contra o bolsonarismo, o general mudou de ideia: “Eu não tenho hoje essa opinião e nem reconheço a existência desse Centrão”.

Em novembro de 2021, bolsonaro se filia ao PL, proeminente partido do Centrão, e concretiza a reaproximação com o grupo.

Eleições 2022

A posição do bloco segue indefinida. Com o desastre do governo e a catastrófica queda de popularidade do presidente, especula-se que haverá um racha no grupo – muitos políticos tradicionais sinalizam uma adesão, em bloco, à candidatura de Sérgio Moro (Podemos). E não será surpresa se alguns deles vier a apoiar Lula, caso se solidifique a chance de o ex-presidente ser eleito, em primeiro turno, como indicam as pesquisas.

(Apud: politize.com.br; terra.com.br; wikipedia.org)

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

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