A educação como base para o desenvolvimento turístico em SP

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Viagens e turismo, fundamental em diversos países, em São Paulo será aprendido na escola

Por: Vinicius Lummertz*

Há muito é consenso a solução para a maioria dos problemas sociais brasileiros: investir em educação. Tal assertiva é premente, vis-à-vis o afastamento ou a dificuldade de acesso ao ensino público de milhões de jovens durante a pandemia.

No Estado de São Paulo, justamente pela educação, o setor de viagens e turismo vive uma consistente e silenciosa revolução. Reconhecido como estratégico para a geração de empregos – um em cada dez postos de trabalho no mundo –, o setor colherá resultados sociais e econômicos a partir da salutar associação.

O exemplo mais recente é Programa Inova Educação, com oferece disciplinas eletivas nos últimos anos do ensino fundamental e no médio das escolas públicas. Serão três grupos: Expresso Turístico para alunos do 6° e 7° ano, Turismo de Natureza e Aventura para 8° e 9° ano, e Redes Turísticas para o ensino médio. Viagens e turismo, fundamental em diversos países, em São Paulo será aprendido na escola.

A oferta de eletivas é oportuna por ocorrer quando a gestão Joao Doria amplia as escolas de tempo integral: eram 364 em 2018, serão 1858 em 2022, quatro vezes mais. Parte do tempo extra será dedicado ao desenvolvimento dessa indústria de mão de obra intensiva.

Com a Secretaria da Educação empreendemos também uma mudança ensaiada há décadas: a possibilidade de divisão das férias escolares em quatro períodos, o que diminui a sazonalidade e distribui o consumo. Os alunos da rede pública estadual terão uma semana de férias em abril, 15 dias em julho outra semana em outubro, preservando o recesso de verão.

A essas iniciativas de força estruturante e com impacto de médio e longo prazo, juntamos outras imediatas. Durante a pandemia reunimos as universidades e o empresariado do setor para falar sobre a formação profissional, com base em uma inquietude basilar: o profissional que as faculdades estão formando é o esperado pelo setor privado? Este trabalho continua.

Com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) lançamos em agosto o programa SP Ecoaventura, que visa capacitar e certificar, pelas normas da ABNT, a qualidade das empresas que atuam nas atividades ao ar livre. A meta é sensibilizar e auxiliar mais de 500 empreendedores em mais de 200 municípios paulistas. O primeiro encontro reuniu empresários da grande SP, com destaque para o ABC.

Por fim, fechando o ciclo formação-profissionalização-qualificação, atuamos no aprimoramento das gestões municipais: identificamos o perfil das equipes dedicadas ao setor, oferecemos cursos, como pesquisa de dados econômicos e sociais e gestão de crise, além de materiais referencias reunidos sob o mote Melhores Práticas, visando a troca de experiências.

O desenvolvimento do setor no estado é lastreado principalmente pela demanda, visto São Paulo ser o principal destino, ter a melhor infraestrutura e liderar o consumo de viagens. Ao alocar recursos e inteligência em iniciativas educacionais nós formamos e qualificamos a oferta ao mesmo tempo em que contribuímos para o desenvolvimento social por meio dos empregos. Atendemos as necessidades de hoje enquanto preparamos o amanhã.

*Vinicius Lummertz é Secretário de Turismo e Viagens do Governo do Estado de São Paulo.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

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