Artigo: Feliz Aniversário, Arthur!

Compartilhe esta notícia:

Por:Rodrigo Segantini*

Eu poderia falar sobre o Dia da Independência do Brasil, celebrada no dia 07, passado. Poderia falar sobre a data em seu contexto histórico, criar um paralelismo com a contemporaneidade de nossa sociedade. Mas, para mim, há um evento muito mais importante a ser comemorado: a idade nova do meu filho.

Arthur nasceu em 09/09/09, pesando 1,530kg (1+5+3+0 = 9), medindo 45 cm (4+5 = 9), às 08h10 (0+8+1+0 = 9). O único nove que ele precisava ter, não tinha: ele nasceu prematuro de 30 semanas, aos sete meses de gestação, que foi gemelar até que seu irmão não resistisse e tenha ficado para trás no terceiro mês de gravidez.

Ele nasceu e foi levado diretamente para a UTI neonatal. Ninguém, a não ser o pediatra que acompanhou o parto, o pegou no colo. Sem conhecer seu pai e sua mãe, aquele menininho foi colocado em uma incubadora e colocado sozinho naquela sala gelada. Uma tristeza de partir o coração. Pensei o dia feliz por seu nascimento, mas angustiado por não saber como ele estava.

No dia 17 de setembro, uma semana depois que ele nasceu, somos informados que Arthur desenvolveu uma infecção no intestino e que era necessário operá-lo para tirar uma parte do seu intestino. Ficamos assustados, mas não havia o que ser feito. Porém, uma semana depois, no dia 23, ele foi operado de novo, mais uma vez para tirar outro pedaço de seu intestino. Mais uma semana depois, no dia 28 de setembro, outra vez, ele precisou passou por uma nova cirurgia e, no dia 29, no dia seguinte, de novo.

Com vinte dias de vida, Arthur havia passado por quatro cirurgias, que lhe amputaram metade do intestino. Os médicos o desenganaram e recomendaram que providenciássemos um jazigo para ele – o que foi feito. Ele ainda passou por duas paradas renais de mais de 30 horas, passou por uma parada cardiorrespiratória de mais de dois minutos. Seus primeiros quatro meses, foram na UTI neonatal correndo risco de morrer.

Graças a Deus, no entanto, ele superou todos os problemas que enfrentou. Quando ele tinha três aninhos e tudo parecia estar bem, sua mãe sofreu um acidente de carro, o que a levou ao coma por um ano e três meses antes de falecer. Enquanto eu ficava ao lado da minha esposa no hospital, Arthur, tão novinho, ficou longe do pai e da mãe. Mesmo assim, jamais perdeu seu sorriso e seu brilho no olhar encantador. Quando Adriana faleceu, foi em Arthur que encontrei forças para seguir em frente. Foi por causa do meu filho que segui em frente.

É esse menino incrível que decido saudar hoje em vez de celebrar a independência do Brasil. É sobre esse garoto sensacional que quero falar hoje em vez de tratar de qualquer outra pauta oportuna da semana. Porque a história de Arthur inspira pessoas pelo mundo afora, já que os perfis que a meu lado mantém nas redes sociais são acompanhadas por mais de meio milhão de seguidores, já que milhares de pessoas já lotaram auditórios para nos assistir ou ainda buscam nossas postagens e lives para ouvir e saber o que temos para falar.

Nascido em 09/09/09, Arthur está fazendo 12 anos. 12 anos que passaram tão rápidos que pareceram 12 minutos, de tão rápido que passaram. Os 12 melhores anos de minha vida. Minha vida faz 12 anos. Meu filho faz 12 anos. Eu te amo, Arthur. Que Deus lhe abençoe! A quem puder, peço que faça uma oração ao Senhor em ação de graças pela vida de meu filho.

*Rodrigo Segantini é advogado, professor universitário, mestre em psicologia pela Famerp.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.

Compartilhe esta notícia: