Artigo: Choram Marias, Antônios, Clarices, Joaquins…

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Por: Dr. Luiz Roberto Vasconcellos Boselli*

E o nosso (infelizmente) infame e boçal mandatário mor, mostrou indiferença e descaso. Apenas vociferou, acerca das 500 mil mortes, alguns dias depois, de maneira desdenhosa, em um destes encontros nos quais achincalha jornalistas. Nosso País está sendo coberto por uma manta escura, de luto! O nefasto montante de quinhentas mil vítimas do coronavírus, que atinge traumaticamente o mesmo número de famílias, são vítimas do vírus e da política negacionista do Governo Federal, imposta pelo mandatário mor! Todas as mortes são de uma crônica anunciada, (não sei porque me veio à lembrança o personagem Nosferatu) porque se o maléfico governo central tivesse agido, na compra de vacinas, no momento em que a oferta superava a demanda, entorno de 300 mil mortes poderia ser evitadas!

Este triste e revoltante panorama nacional, (dizem que estamos caminhando para os seiscentos mil óbitos) é consequência direta do descaso e do escárnio acerca da patologia e a indiferença e a negação da ciência, resultante de uma ideologia política retrógrada, hipócrita e mentirosa, fomentadora da violência, da mordaça social e do discurso de ódio – fundamentada em preceitos religiosos dogmáticos e devastadores em suas ações preconceituosas e intolerantes. Os ataques direcionados a diversas jornalistas, reflete o seu anacrônico machismo e revela o escroto que este mandatário mor é (até então não confrontou homens jornalista). Utilizando, como única maneira de se expressar, um discurso agressivo, ameaçador e desdenhoso. O obscurantismo que quer impingir ao nosso País, vem dando mostra de como é destruidor, desagregador, desrespeitoso e intolerante.

A montagem de um gabinete do ódio, a constituição de um grupo de “censores” com o objetivo de revisar, previamente, as provas do ENEM e um grupo paralelo – ao Ministério da Saúde – que discutia a pandemia e medicações ineficazes. Cupincha, do mandatário mor, realiza intervenção no acervo pluritemático da Fundação Cultural Palmares (Funarte) com objetivos fascistas de tornar este acervo unitemático, segundo os seus preceitos religiosos, somado a uma exacerbada ignorância/preconceituosa de tal ideologia. Negacionismo da ciência é típico deste tipo de ideologia, como é visto, por estes asseclas que, fraldar bula de remédio, é normal, como o é distorcer e falsear dados de vítimas da pandemia, também entendem que está valendo. Somamos a estas bárbaras iniciativas, o discurso mentiroso, desrespeitoso, homofóbico, racista e hostil do mandatário mor, deixa claro que este tempo de governança mostrou um discurso tosco (bem pífio de vocabulário) e uma prática de desmantelamento de grupos funcionais no combate ao desmatamento, na repressão da extração ilegal de madeira, o protocolo de vacinação, que o país tinha até então, e que desfrutava de um honrado reconhecimento internacional e o esvaziamento de recursos do IBGE, impedindo que o novo censo seja realizado.

O superpedido de impeachment, que será protocolado na última semana de junho, lista 21 prováveis crimes cometido pelo mandatário mor.  Diante deste panorama nacional, defendendo o uso de máscara, o distanciamento social e vacina sim (duas doses), vamos investir em nossa união visando dizer um grande não, ao ogro, e a tudo que ele representa culturalmente e ideologicamente, o mandatário mor. Um tipo que nunca governou, apesar de ser governo, (a Câmara legisla e governa), se mantendo sempre em um palanque e inaugurando obras de governos anteriores.

Devemos estar sempre vigilantes e perseverantes na defesa de um Estado laico, de um Judiciário laico, de um Legislativo laico e concretamente fortalecido o nosso regime democrático, onde plenamente vigore o Estado de Direito e a imprensa livre. É mister que nossa vigilância não esmoreça! Pois ela é imprescindível para que o povaréu brasileiro não vivencie esta aberrante e catastrófica possibilidade que vemos neste fragmento de um poema: na primeira noite, eles se aproximam// e roubam uma flor// do nosso jardim. // e não dizemos nada. // na segunda noite, já não se escondem: // pisam as flores, //matam nosso cão, // e não dizemos nada. // até que um dia, // o mais frágil deles // entra sozinho em nossa casa, // rouba-nos a luz, e, // conhecendo nosso medo, // arranca-nos a voz da garganta. // e já não podemos dizer nada. (fragmento do poema “No caminho, com Maiakovski” de Eduardo Alves da costa, do livro “No Caminho com Maiakovski”, pág. 47, 2003, Geração Editorial.

*Luiz Roberto Vasconcellos Boselli é docente da Unesp/Marília –  [email protected]

**Os artigos assinados não representam a opinião de O Defensor!

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