A Empresa do Futuro – a importância do engajamento

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Por: Fernando Aguirre* e Camilla Padua**

Seguindo com nossas reflexões sobre “A Empresa do Futuro”, falaremos sobre um detrator fundamental de transformação, hoje levado a outro patamar em decorrência da pandemia: o engajamento dos times. Por mais tecnológica ou madura que seja uma empresa, a forma como cada colaborador executa seu trabalho tem um enorme impacto nos resultados. Além disso, os custos de contratação, treinamento, adaptação e, principalmente, perda de conhecimento, são difíceis de mensurar e causam inegáveis riscos a qualquer negócio.

Com a chegada da realidade híbrida, um dos elementos mais fortes do engajamento – as relações pessoais – precisa ser repensado, além, é claro de comunicação, processos, produtividade, aprendizado e inovação, entre outros. Não existe uma fórmula que funcione para todas as empresas, mas as três abordagens a seguir podem ser um importante ponto de partida:

– CoDesign: parece óbvio, mas a maioria das empresas ainda se preocupam mais em aplicar “melhores práticas” do que envolverem o time no entendimento e design de iniciativas e soluções. Aqui vale reforçar que nem sempre o que as pessoas acham que desejam é o ideal. O uso de técnicas de design de experiência do colaborador, bem como investigação, desenho de jornadas, entrevistas e análise de dados, é essencial para desenhar melhores abordagens atreladas ao propósito das empresas.

– Dados, aprendizado e indivíduo: mesmo os aspectos mais abstratos, como sentimentos e engajamento, podem ser medidos de forma analítica. Assim é possível perceber alterações pequenas e agir antes que o impacto seja irremediável. Ao usar dados e algoritmos para aprender e atuar de forma individual, o impacto na produtividade é impressionante. Boa parte das situações críticas de engajamento começam com falhas de comunicação entre pares ou com a gestão. O que poderia ser resolvido com uma rápida conversa franca, muitas vezes acaba em um processo trabalhista.

– Valores, mentalidade e conexão: com a realidade hibrida e de mudanças aceleradas, elementos como valores e mentalidade são essenciais alavancas de engajamento. Quanto mais alinhada a mentalidade, mais fácil é para que o time encontre saídas criativas. Mesmo em ambientes virtuais, é importante trabalhar a forma como as pessoas enxergam as situações, bem como criar momentos de troca e fala tanto sobre a estratégia do negócio quanto sobre a interação.

“Happy hours” virtuais já não atraem como antes, mas abordagens criativas são pequenas ações que alimentam relacionamentos mesmo em meios híbridos. Seguem alguns exemplos: café surpresa, onde um grupo só descobre com quem irá conversar no momento da videoconferência; festival digital com convidados externos e oficinas dadas pelos próprios colaboradores sobre temas que dominam.

Engajamento exige olhar e alterações contínuas, e o principal tema a se manter em mente é que pessoas valorizam, mais que tudo, contribuir com um propósito inspirador. E poucos desafios são mais inspiradores que atuar de forma protagonista para tornar-se um colaborador diferenciado dentro de uma “Empresa do Futuro”.

*Fernando Aguirre é sócio de Mercados Regionais da KPMG no Brasil.

**Camilla Padua é sócia-diretora líder de Consultoria de Pessoas da KPMG no Brasil.

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