Cervejando – Dogma lança rótulos junto com Sommeliers da Afrocerva

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Por: Monali Bassoli*

Após se envolver em polêmica por conta do seu rótulo Cafuza (a cerveja do estilo Imperial India Black Ale foi retirada de circulação por ter em seu rótulo a imagem de uma escrava negra), a Dogma entrou no debate da inclusão racial com o lançamento da série Griot, que traz como protagonista a cultura negra. Ela é realizada em parceria com três sommeliers negros: Glauco Ribeiro, Sara Araújo e Sulamita Theodoro. E a arte é produzida por João Gabriel.

O primeiro rótulo da série Griot é Hantu, que faz uma homenagem à Conceição Evaristo através de Ponciá Vicêncio, personagem que intitula um dos romances da escritora mineira. A cerveja é uma saison com adição de melado de cana, caju e cajá e utilização de um lúpulo experimental que remete ao aroma de coco. A cerveja apresenta acidez moderada e complexidade resultante do uso de uma das leveduras exclusivas da Dogma.

Até o fim do ano mais dois rótulos da série também serão lançados: a Kintu, uma New England IPA feita com lúpulos sul-africanos e a Mantu que será uma versão da Hantu envelhecida em barricas de madeira.

O projeto não para na cerveja, os Sommeliers fazem parte da Afrocerva (Associação de Cervejeiros Negros) que nasceu no meio de 2020 e já levantaram fundos para oficializa-la, e como ainda precisam de apoio, fizeram pôsteres com a arte do rótulo e todo o valor arrecadado será para a associação. Paralelo a este movimento os Sommeliers também estão trazendo exemplos de como o mercado pode colaborar e serviu de incentivo para que a Dogma começasse fornecendo duas bolsas de estudo em curso de sommelier.

Lembrando que meu e-mail [email protected] está aberto para sugestões e dúvidas e que esta coluna e todas as outras já publicadas podem ser lidas no meu blog: etudocomida.tumblr.com

* Monali Bassoli é jornalista e sommelière de cerveja – [email protected]

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