Em Tempo – Fi-lo porque qui-lo…

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Por: Prof. Gilberto Tannus

Afirmei em artigo anterior que cadeia no Brasil, atualmente, é só para os pobres, a ralé, os pés de chinelo.

Repito-o alto e bom som, reforçando a ideia com um exemplo de peso devastador e irretorquível: o ministro do stf (supremo soviete federal) marco aurélio de mello acaba de libertar o megatraficante andré oliveira macedo.

Mais conhecido pela alcunha “andré do rap”, o criminoso é um dos milionários chefões do pcc (primeiro comando da capital). Seu advogado entrou com pedido de habeas corpus e, na mesma hora, marco aurélio o concedeu.

O bandido saiu todo pimpão pela porta da frente do presídio de segurança máxima, comprometendo-se em permanecer em endereço conhecido pela polícia.

Também não poderia deixar o país. Fugiu para o Paraguai… De helicóptero voou até a Bolívia, onde encontrou-se com “empresários” produtores de cocaína. Afinal, venhamos e convenhamos, com ou sem Covid-19 os negócios não podem parar.

Com mais esse tiro no pé, o stf (supremo soviete federal) reforça sua péssima imagem aos olhos dos cidadãos brasileiros.

É uma vergonha nacional.

Vergonha nacional que se empanturra regiamente com lagosta, caviar, vinhos e champanhes caríssimos. Com tal cardápio os supremos ministros defecam perfume e finíssimas essências aromáticas orientais.

Todavia, de direito entendem pouco ou quase nada.

Mentira?

Verdade.

Matamos a cobra e mostramos o pau: o advogado toffoli (nem juiz conseguiu ser. Foi reprovado duas vezes em concurso público!) escolheu inconstitucionalmente a dedo alexandre de moraes para elaborar o famigerado “inquérito do fim do mundo”… Inquérito no qual os denunciados e seus advogados de defesa não conseguem ter acesso aos autos. Ou seja, os “réus” não podem se defender porque não sabem absolutamente nada do que estão sendo acusados.

A parada apoteótica do nonsense do stf (supremo soviete federal) não cessa jamais de surpreender o distinto público com novíssimas bizarrices. Debalde vira e mexe gilmar mendes fazer aleluias de habeas corpus, soltando Deus e o diabo na Terra do Sol – que nos perdoe Glauber Rocha.

Pois bem. Algumas horas após marco aurélio libertar andré do rap, o ministro luiz fux, presidente da corte, anulou o malfadado habeas corpus.

Ora, se os próprios deuses do Olimpo do juridiquês tupiniquim acintosamente batem a cabeça, por que eu – pobre mortal e reles súdito habitante do reino da impunidade – não posso demonstrar minha indignação expressando humilde opinião pessoal sobre assunto tão polêmico?

Portanto fi-lo. Fi-lo porque qui-lo…

*Prof. Gilberto Tannus é mestre em história pela Unesp

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