Artigo: Antifascismo e liberdade

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O termo “fascismo” tem origem no latim “fasces”, um feixe de varas, amarradas num machado, usado na República Romana para punir e matar cidadãos “desobedientes”. O fascismo tomou projeção com o ditador italiano Benito Mussolini, que adotou o símbolo, em 1922, para expressar seu projeto de terror, extremamente autoritário, elitista e de exclusão social. O termo fascismo uniu-se à ideologia nazista de Adolf Hitler, a quem Mussolini se aliou, bem como aos regimes, assassinos, que surgiram no período, como o salazarismo (Portugal) e o franquismo (Espanha).

Características do fascismo

  1. Tomada da política por um grupo, que passa a ter direito exclusivo na gestão pública;
  2. Culto ao chefe/líder para colocá-lo como única pessoa capaz de “guiar a nação”;
  3. Desprezo pelos valores das liberdades individuais e pela democracia;
  4. Desprezo por valores populares, como socialismo, social-democracia, cooperativismo, etc.;
  5. Ideia de “domínio” dos povos mais fortes sobre os mais fracos, por meio da violência e da opressão;
  6. Atacar e perseguir grupos da sociedade, acusando-os de “inimigos do povo”;
  7. Desqualificar os métodos democráticos, dizendo “incapazes de levar a nação à prosperidade”;
  8. Exaltação dos valores “tradicionais” (machismo, paternalismo), contrariar a ciência e valorizar a superstição;
  9. Apoderar-se dos meios de comunicação para instituir a censura e espalhar desinformação de interesse do líder;
  10. Controle do Estado sobre assuntos da economia, política e cultura.

Governo bolsonaro se admite Fascista

O ministro da Justiça, André Mendonça, substituto de Sérgio Moro, iniciou, por meio da secretaria de Operações Integradas – Seopi, uma ação sigilosa para investigar o “MOVIMENTO ANTIFASCISMO” entendido pelo órgão como “contrário ao governo bolsonaro”.

A secretaria é dirigida por um delegado, cuja diretoria de Inteligência é chefiada por um militar – ambos cargos de confiança.

 Isso mostra que o próprio governo se intitula FASCISTA, na medida em que vê os “antifascistas” como seus inimigos.

A secretaria (Seopi) não submete seus relatórios à Justiça por conta de um decreto presidencial, e se junta ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para fazer um dossiê com o nome de mais de 500 servidores e professores universitários, identificados como “antifascistas”.

Desse modo, o governo bolsonaro é, oficialmente, FASCISTA, como indica o próprio ministério da Justiça.

A Democracia haverá de resistir.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

*Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião de O Defensor!

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