Artigo: Língua Viva

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Prof. Sérgio A. Sant’Anna

Caros vestibulandos e usuários da Língua Portuguesa,

A Língua Portuguesa é dinâmica, sofre alterações à luz da realidade. A cultura, a religião, a região, a tecnologia, a língua dos países hegemônicos etc. Quem dirá que a “mina” do mano nascera dos portos? Ou seja, meninas que se prostituíam e davam lucro aos cafetões da época. Mina, rica em ouro, explorada comercialmente. E a evolução: flertar, paquerar e ficar… Enfim, a língua deve passar por transformações e nós, como seus falantes, temos a obrigação de dominá-la – aos menos para passar no vestibular.

E os substantivos, que são denominações às substâncias, será o nosso primeiro assunto. Pararam para pensar que os substantivos pertencem às classes gramaticais variáveis por isso possuem: número (plural ou singular), gênero (masculino e feminino) e grau (aumentativo e diminutivo). Então vamos lá:

  • Número:

– O plural das palavras terminadas em z, faz-se com o acréscimo do es. Ex.: gravidezes, xadrezes, cruzes etc. O mesmo ocorre com os substantivos terminados em r – hambúrguer: hambúrgueres; zíper: zíperes etc.

– O plural das palavras terminadas em u, faz-se com o acréscimo do s. Ex.: grau: graus ( mas zero grau); chapéu: chapéus; troféu: troféus etc.

– O plural das palavras terminadas em l, substitui-se por is. Ex.: anzol: anzóis; lençol: lençóis etc.

  • Gênero:

– O feminino de alguns substantivos parece estranho, porém são os que a Gramática Normativa exige. Vamos a eles: o músico: a música; o musicista: a musicista; o embaixador: a embaixatriz (sua esposa, pois se for uma mulher que exerce a mesma função de um homem embaixador ela será a embaixadora); o elefante: a elefanta (elefoa e aliá é conversa mole de quem desconhece a língua); o tigre macho – a tigre fêmea (tigresa foi o funk quem criou); o papa: a papisa; o pardal: a pardaloca; o oficial de justiça: a oficiala de justiça. Se a presidenta Dilma fosse casada o seu esposo (que Deus o guarde!) seria o primeiro cavalheiro. A propósito: a presidente ou a presidenta são formas aceitáveis. Por favor, não briguem por acharem que foi o feminismo que trouxe o substantivo presidenta ao nosso vocabulário. Personagem é uma palavra feminina, portanto a personagem do Rodrigo Santoro na telenovela “Velho Chico” é Afrânio. Isso mesmo, machista!

  • Grau:

– divide-se em aumentativo ou diminutivo. O diminutivo “inho” é típico da linguagem informal, ou seja, pode soar como pejorativo ou carinhoso, mas avesso ao vocabulário formal. O mesmo decorre com o aumentativo “ão”.

  1. a) diminutivo: árvore-arbusto; astro-asteroide; barba-barbicha; moça-moçoila; moço-moçoilo; corpo-corpete; estátua-estatueta; farol-farolete; fio-filete; lugar-lugarejo; via-viela; verão-veranico.
  2. b) aumentativo: moço-mocetão; moça-mocetona; cabeça-cabeçorra; colher-colheraço; corpo-corpaço; cruz-cruzeiro; faca-facão; rapaz-rapagão; mundo-mundaréu etc.

P.S.: Substantivo Concreto não está associado àquilo que eu posso tocar, mas sim a algo que pode ser imaginado. Deus é concreto, Diabo é concreto, mula-sem-cabeça é concreto, gnomos são concretos (a Xuxa já os viu); Abstratos são aqueles que dependem dos concretos para existirem. Ex.: beijo, namoro, tristeza, prazer, beleza, trabalho etc.

Fui!

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor da Rede Adventista em Santa Catarina; Corretor de Textos em “Redação sem Medo”.

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