Cervejando – Sommelière sofre ataques racistas

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Por: Monali Bassoli*

Na última semana, o mercado cervejeiro presenciou a exposição de falas racistas, homofóbicas, preconceituosas, sexistas e criminosas de um grupo de WhatsApp de cervejeiros do mercado.

A sommelière de cervejas Sara Araujo (@negracervejasommelier) publicou em seu instagram prints de mensagens racistas, que ela recebeu. Por não se sentir representada no mercado cervejeiro, Sara fez o curso e se formou em sommelier em 2018.

“Em 2018, comecei a frequentar mais de perto a cena cervejeira, um dos objetivos era entrevistar pessoas, sobretudo negras, para saber delas se sentiam confortáveis em um espaço tão branco-cêntrico, estava coletando material para um artigo científico que pretendo escrever. Hoje (dia 14), um bando de homens brancos do munda da cerveja, acho que seria legal levar minha imagem e da cervejaria Implicantes num grupo para vomitar os seus racismos. O ataque não foi só a mim e a cervejaria, é a todo povo preto”.

O relato continua com Sara explicando que as mensagens questionam a sua formação, ou seja, duvidam que uma mulher negra possa realmente ser sommelière. E ela responde a todos os questionamentos levantados nas mensagens racistas: “perguntaram se eu sei avaliar uma cerveja, estudei para isso. Questionaram o porquê da minha página falar de pessoas negras, porque nos outros espaços não somos aceitos/as, então falo delas. Ridicularizam a minha etnia, digo sou negra e com muito orgulho”.

Sara ainda é professora da Escola Science Of Beer, onde ela dá aula sobre racismo no mercado cervejeiro. Depois desses ataques, percebemos que tratar desse assunto é necessário e urgente.

Depois de muitas denúncias, o grupo de WhatApp foi desativado.

Lembrando que meu e-mail [email protected] está aberto para sugestões e dúvidas e que esta coluna e todas as outras já publicadas podem ser lidas no meu blog: etudocomida.tumblr.com

*Monali Bassoli, jornalista e sommelière de cerveja – [email protected]

 

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