Artigo: FAKE o lado perverso da informação

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Por: Walber Gonçalves de Souza*

Na Era do Conhecimento a informação é tudo, principalmente na nossa época quando a cada ano os meios de comunicação se tornaram mais presentes nas vidas das pessoas. Vale ressaltar que até pouco tempo era comum nos lares um aparelho de rádio, anos depois veio a televisão, mesmo assim somente uma na casa e de uso coletivo, agora, além dos aparelhos citados que continuam sendo usados, as pessoas ganharam a possibilidade da individualidade no acesso às informações e entretenimento com o advento dos aparelhos de celular.

Todavia, na mesma proporção multiplicaram-se as informações falsas, que comumente são usadas para denegrir a reputação das pessoas, mostrando assim o lado perverso da informação.

Mas não nos enganemos, pois o uso do conhecimento para fins espúrios, para fins de persuasão e enganação das pessoas não é uma invenção contemporânea. Infelizmente a história nos mostra que o lado sombrio do conhecimento já era uma realidade em tempos bem distantes.

Entre os gregos, portanto uma civilização antiga, já se ouvia dizer do uso do conhecimento como forma de enganar as pessoas. Os sofistas, denominação dada a quem usava dessa artimanha, eram uma figura presente na sociedade grega. De uma forma sútil eles sabiam manipular o uso das expressões, das palavras, para obter, a partir delas seus ganhos pessoais.

Acrescento que naquela época também já se combatia esse tipo de realidade, sabe-se que muitos filósofos denunciavam tal prática tão comum na sociedade grega. E não diferente dos dias atuais, combater a mentira, a informação incorreta, não era uma missão fácil e soma-se ainda um agravante, nem sempre conseguia se reverter as injustiças que delas podiam surgir. Um exemplo clássico seria a reputação de uma pessoa, que depois de manchada, torna-se complicada o retorno ao estágio anterior às FAKES.

Como diria um ditado popular e religioso, uma palavra pronunciada, lançada ao vento, jamais volta vazia. Lendo pode parecer um simples ditado, entretanto podemos afirmar que não é. Ele indica a necessidade da responsabilidade de quem fala, tão ausente nas FAKES.

No entanto uma diferença crucial do nosso tempo para os tempos antigos está na possibilidade da replicação das FAKES. Basta um celular em mãos para que uma mentira se espalhe na velocidade da luz, conquistando assim mais leitores e automaticamente mais replicadores. Chegando ao ponto de ser vista tantas vezes que as pessoas começam a acreditar que é verdade. Pois como diria um outro ditado, quando uma mentira é contada várias vezes, corre o riso de ser aceita como verdade. Justamente o que vemos acontecendo com as FAKES.

E o que podemos fazer? Só há um caminho, buscar ler fontes diferentes, se informar cada vez mais sobre um mesmo assunto e na dúvida não encaminhar a informação recebida. Combater as FAKES torna-se também uma missão de cada um de nós.

*Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

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