Artigo: Taquaritinga e o combate à Covid-19

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Por: Luís Bassoli*

Nossa cidade, assim como o País todo, está tendo dificuldade em combater a disseminação do coronavírus e deter os casos de covid-19.

Deixo claro que fui testemunha da boa-fé do prefeito Vanderlei Mársico e do secretário Municipal de Saúde Fonseca Neto no combate à pandemia.

De todo modo, em Taquaritinga, está havendo de dois a três novos casos por dia; já passamos da marca de 100 infectados; com 3 óbitos.  

A “curva epidemiológica” está em ascensão aguda, aparentemente fora de controle.

Em meio a esse cenário, o poder público adota a medida, temerária, de flexibilizar a contenção do trânsito de pessoas, como a abertura de restaurantes e afins, o que pode vir a comprometer o distanciamento social.

É consenso que, para problemas complexos, não há soluções simples – há de se buscar medidas que possam fomentar a economia, sem colocar em risco a saúde pública.

Para isso, é preciso ouvir especialistas em áreas distintas: Economia, Saúde, Política, Educação, etc.

Analisemos as medidas adotadas por Araraquara, cidade-chefe de nossa região, após ser acometida de um verdadeiro surto da covid-19, que faz com que a cidade tenha um índice de incidência de 5.54, que representa cerca de cinco vezes o de Taquaritinga, que é de 1.42.

Em síntese, Araraquara publicou a adoção das seguintes medidas:

  1. Expansão do horário de atendimento das redes básicas regionais, para não sobrecarregar a rede de urgência e emergência, de modo a evitar mortes por falta de assistência médica;
  2. Criação de um serviço de telemedicina, um número 0800, a evitar que pessoas com sintomas sigam, sem necessidade, para a rede hospitalar e sobrecarreguem o sistema;
  3. Criação de “equipes de bloqueio” que identifiquem casos e vão a campo para isolar o paciente e as pessoas que tiveram contato;
  4. Criação de Centro de Referência de coronavírus, em uma das UPAs da cidade, com equipes especializadas;
  5. Parceria com a faculdade de Farmácia da Unesp para fazer exames em todos os sintomáticos;
  6. Criação de Inquéritos Epidemiológicos, mapeando por onde a doença passou, realizando testes em pessoas de grupo de risco, bairros carentes e profissionais expostos;
  7. Construção do Hospital de Campanha, com 51 leitos (21 deles de UTI), em 5 semanas;
  8. Criação de um Comitê de Solidariedade para ampliar programas de segurança alimentar, fortalecendo o ambiente de solidariedade.”

 Taquaritinga adotou importantes medidas, tais como:

  1. A criação do aparato no Ginásio de Esportes Manoel dos Santos (que foi chamado de “gripário”);
  2. Monitoramento nas entradas da cidade, que inclui a pulverização dos veículos;
  • Realização de testes nos profissionais da Saúde;
  1. Capacitação de equipes da UPA;
  2. Envio de equipes de apoio a campo para identificar e interromper a linha de contaminação;
  3. Adoção de decretos proibindo aglomerações de pessoas, sob pena de multa;
  • O imediato tratamento de todos os pacientes, o que resultou num relevante índice de cura;
  • A divulgação de campanhas informativas, através de faixas, anúncios nas rádios e nas redes sociais;
  1. A montagem de uma Base da Vigilância Sanitária no centro da cidade e no Terminal Rodoviário, para informar sobre as medidas de prevenção;
  2. A distribuição de cestas de alimentos aos alunos da rede municipal de Ensino;
  3. A divulgação de um número de telefone para receber denúncias sobre desrespeitos aos decretos;
  • A implantação do programa filantrópico Máscaras pela Vida, pelo Fundo Social de Solidariedade, que confecciona máscaras a serem doadas para entidades assistências;
  • A transparência na divulgação de dados; entre outras.

Não obstante o trabalho que vem sendo feito, podemos avançar em outros pontos, sobretudo com a ampliação e otimização do Comitê Gestor, por meio de uma Rede Municipal, com a participação, efetiva, de entes sociais, tais como:

  1. Na área da Saúde, as faculdades de Farmácia, Fisioterapia e Enfermagem da FTDA; e faculdade de Psicologia do Ites; além de estreitar as ações conjuntas com a Santa Casa de Misericórdia, AME, associação de médicos e laboratórios de análises clínicas.
  2. Na área Socioeconômica, a faculdade de Administração da FTDA; as faculdades de Administração, Ciências Contábeis e Engenharia de Produção do Ites; e todas as faculdades da Fatec.
  3. Na área Jurídico-Administrativa, a Câmara Municipal, Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, OAB e setores de fiscalização.

Conclusão

Temos que explorar o potencial de nossas faculdades, pública e privadas, e dos nossos excelentes profissionais das áreas da Saúde, Educação, Jurídica, Assistência Social. É urgente fortalecer o ambiente de UNIÃO, de  SOLIDARIEDADE, com a adoção e publicação das AÇÕES CONJUNTAS dos órgãos estatais e civis da cidade.

Fazer valer o nosso lema: Um só coração!

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

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