Em Tempo – O Xangô de Taquara City

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Por: Prof. Gilberto Tannus*

Como escritor chico buarque de holanda é intragável. Seu penúltimo atentado contra a literatura foi “O Irmão Alemão”. Tortura chinesa ao leitor desavisado Não bastasse “Budapeste”, outro romance enfadonho, de um psicologismo tão barato que se torna um convite irrecusável para não ousarmos prosseguir a leitura após termos cristãmente suportado o masoquista correr dos olhos pelo primeiro capítulo. Pois bem, o prolífico escriba voltou à guerra, disparando verdadeiros petardos de literatices nas páginas de “Essa gente”. Senhores, haja saco!

Já o ex-entrevistador da globolixo, jô soares, não consegue sair-se melhor que chiquinho quando se põe a incomodar as musas em busca de inspiração para enredos minimamente aceitáveis na “fabricação” de romances de cunho histórico-policialesco. A bem da verdade sua “obra literária” não passa de textos que giram em torno de temas de humor forçado, fadados a se tornarem adaptações de pastelões sem graça alguma para o falido cinema nacional. Um exemplo? “O Xangô de Baker Street”.

Aposto que jô escreve mecanicamente, em rápida digitação automática. Após o que, lima aqui, desbasta ali, apara acolá gramaticalmente as arestas do texto; recorre ao dicionário de sinônimos adornando frases com termos de edulcorado sabor pseudointelectual e… pronto… eis mais uma “obra-prima” pronta para ser jogada na lata de lixo. Ou destino ainda pior: para ser publicada por editora brasileira – com direito a resenhas bajuladoras na revista veja e quejandos, assinadas por jornalistas, críticos e escritores camaradas. Trata-se da igrejinha de puxa-sacos que elogiam porcarias literárias publicadas pelos amigos, para terem posteriormente suas porcarias literárias elogiadas pelos mesmos amigos, quando publicadas. Uma mão lava a outra.

Em Taquaritinga também temos muito disso. Um “Imbecil Coletivo” (vide Olavo de Carvalho) só nosso, da gema. E “escritores” a mancheias. Cronistas? Nem se fala! A dar com pau. Tal qual farmácias ou escritórios de advocacia, encontramos um deles em cada esquina. Sobejam-nos “escritores”, minguam-nos leitores. Temos muitos caciques, poucos índios. “Muita estrela, pouca constelação”, como discordar de Raul Seixas?

Uma vez escrevi e teimo em reescrever. Só que desta feita assino embaixo e reconheço firma em cartório. Taquaritinga, em toda sua história, teve um só escritor: José Paulo Paes. Diamante, pedra preciosa legítima. O restante de nossos escrevinhadores são bijuterias de barracas de camelô, com correntes feitas de arame e pingentes de vidro colorido. Ao preço de R$ 1,99. A dúzia.

Leiam José Paulo Paes. Conhecia o peso exato de cada palavra na frase de um ensaio, crítica ou resenha literária. O valor poético preciso de cada termo em um verso de sua autoria ou de poeta estrangeiro, cuja obra tão fielmente traduzia – do inglês, francês ou grego para o português. Isso posto, ponto final. Terminou meu espaço. Prometo retomar o assunto.

Prof. Gilberto Tannus é mestre em história pela Unesp

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