Novo diagnóstico dos impactos da COVID-19 na produção agropecuária é lançado pelo Grupo Técnico de Monitoramento do Governo de SP

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Relatório mostra setor aquícola como um dos mais afetados; Frutas e hortaliças apresentam estabilidade de oferta.

O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e produtos agropecuários no Estado de São Paulo lança novo diagnóstico demonstrando os principais impactos da pandemia do Novo Coronavírus ao setor. Os dados englobam toda a cadeia, nos 645 municípios, e são de 30/03 a 03/04/2020.

O setor aquícola, que depende do consumo interno, já que as exportações somam apenas US$ 12 milhões ao ano, está sendo bastante impactado: empresas perderam 60% das vendas com as restrições de funcionamento do Food Service. Projeções indicam que os efeitos da pandemia poderão resultar em prejuízos de R$ 6 bilhões neste ano para a cadeia como um todo, que tem PIB estimado em R$ 20 bilhões.

Quanto à bovinocultura de corte, embora o mercado doméstico represente 75% das vendas da carne, as exportações se mantêm firmes. Em março de 2020, as exportações de carne bovina in natura somaram 125,9 toneladas, representando 6,2% acima das 118,5 mil toneladas de março de 2019. Entretanto, a bovinocultura leiteira segue com produção enxuta e grande demanda, com expectativa de preços em alta nos próximos meses.

O mercado de frango continua estável. As exportações do produto in natura atingiram 324,6 mil toneladas em março de 2020: 2,2% acima das 317,4 mil toneladas de março de 2019. O ritmo dos embarques, contudo, vem sendo reduzido, mas, para os próximos meses, agentes esperam que as negociações voltem a crescer, devido ao possível aumento de compras por parte dos chineses no Brasil. Já as cotações dos ovos atingiram o maior patamar desde 2013, resultado da alta demanda pela proteína e da menor oferta, devido ao número de pedidos ter superado a produção das granjas.

A estabilidade nas exportações de carne suína e as perspectivas de poucas alterações no consumo interno também devem impedir quedas mais acentuadas dos preços.

Dentre os grãos, até o momento, com a desvalorização do Real e a alta demanda por milho, soja e derivados, as exportações seguem aquecidas e os preços internos em elevação.

O setor sucroenergético tem seu faturamento afetado com a crise do petróleo estabelecida em meio à pandemia. Para os fornecedores de cana, os riscos aumentam diante da redução de demanda e dos preços do etanol.

A demanda por flores e plantas continua fortemente impactada, com alguns segmentos registrando redução de até 90% do faturamento semanal.

Algumas mudanças positivas também aconteceram: após duas semanas com forte alteração na demanda e alta volatilidade no preço das frutas e hortaliças, o cenário aponta para uma estabilização com movimentos sazonais decorrentes de safra e entressafra de produção.

Há um grande esforço de coordenação na cadeia produtiva de alimentos entre os diversos atores envolvidos para a manutenção das atividades e garantia do abastecimento à população. As operações de produção e distribuição de alimentos industrializados direcionados ao abastecimento dos supermercados continua se desenvolvendo de forma adequada, sem rupturas de produtos.

As feiras livres e sacolões da cidade de São Paulo continuam operando normalmente. Todos os portos, que garantem as exportações, continuam operando normalmente, adotando as medidas de segurança estabelecidas pela ANVISA e OMS.

O relatório visa dar continuidade ao monitoramento dos diversos setores de alimentos e produtos agropecuários através dos indicadores que foram previamente estabelecidos pelo Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e produtos agropecuários no Estado de São Paulo, que é composto pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Diniz Junqueira, Presidente da InvestSP (Agência de Promoção de Investimentos e Competitividade), Wilson Mello, representantes da Prefeitura, da Associação Brasileira da Industria de Alimentos (ABIA), Associação Paulista de Supermercados (APAS), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Instituto de Foodservice Brasil e outros importantes representantes do setor privado.

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