Egesp adapta suas atividades na quarentena e amplia número de vagas dos cursos online

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Além de contribuir com a saúde mental dos públicos interno e externo, a iniciativa vem recebendo diversos elogios dos alunos.

Em meio às medidas de prevenção à propagação da Covid-19, muitas pessoas têm apostado numa boa saída para se entreter e, ao mesmo tempo, aprimorar seus conhecimentos por meio da educação à distância (EAD). Pensando nisso, a Escola de Governo do Estado de São Paulo (Egesp) se adaptou para atender o seu público e dar continuidade às suas atividades.

Atualmente, a instituição oferece 15 cursos e tem previsão de abertura de mais dez nos próximos meses. São aproximadamente cinco mil alunos inscritos, entre servidores públicos e cidadãos, e a quantidade de vagas varia de 100 a 1.200 por turma. São cursos de diversas áreas e destinados tanto para quem busca aprimoramento quanto para quem está à procura de uma recolocação no mercado de trabalho.

Para se adaptar a essa nova realidade, servidores públicos e os próprios cidadãos buscaram pelos cursos online ofertados pela Egesp, que tem sob sua responsabilidade a educação fiscal, a política de formação, capacitação e desenvolvimento dos servidores públicos do Estado de São Paulo, a capacitação técnico-profissional de servidores da Secretaria da Fazenda e Planejamento, bem como em temas transversais para demais servidores públicos do Estado. Também está a cargo da Escola a biblioteca da Secretaria da Fazenda e Planejamento, a promoção e celebração de convênios, acordos de cooperação e parcerias com órgãos, federais, estaduais e municipais e outras organizações, para aplicação dos programas de interesse da Egesp.

Rodrigo Bezerra, diretor da instituição, explicou que para a readaptação do cronograma da escola houve um aumento do número de vagas dos cursos e garantiu que, em breve, irão oferecer vídeo aulas em formato online com interação entre professor e aluno. “Ampliamos as vagas dos cursos EAD previstas no início do ano, pois muitos cursos tiveram suas vagas esgotadas rapidamente. Utilizamos sistemas específicos de atendimento aos alunos e muitos softwares gráficos que estão em nossos computadores da Sefaz, e o acesso remoto tem nos permitido trabalhar de forma eficiente, dando seguimento às atividades que vinham sendo desempenhadas presencialmente na Egesp, visto que a plataforma que oferecemos aos nossos alunos permite que eles tenham acesso a todos esses programas, como se eles estivessem estudando de lá da escola”, disse.

A procura pelos cursos aumentou. E outros órgãos solicitaram o compartilhamento dos cursos da Egesp, como a Universidade Corporativa da Fundação Casa (UNICASA), Grupo de Desenvolvimento do Servidor Fazendário (GDFAZ) e até a Secretaria da Fazenda do Amazonas. Os acessos simultâneos no ambiente virtual estão bem altos e podem ser feitos a qualquer hora do dia: manhã, tarde, noite e até de madrugada.

A aposentada Marcia Veronica, participa do Círculo de Leitura da Egesp, desde março. Ela conta como foi a adaptação para os encontros online e como isso está ajudando no período de isolamento. “Os encontros virtuais estão sendo ótimos. O Marcelo Lemos, executivo público da Egesp e coordenador da ação, tem se empenhado bastante para fazer acontecer. As reuniões com data e hora marcadas mostram o comprometimento com o que foi proposto aos participantes, e a sensação de ainda pertencer ao mundo exterior ao ver, ouvir e interagir com outras pessoas neste período tão difícil de isolamento.”, disse.

Para Yan Carlos Carneiro da Silva, da Coordenadoria de Unidades Prisionais da região oeste do estado de São Paulo, que concluiu recentemente o curso de Programação e Execução Orçamentária, Licitações e Pregão Eletrônico da Egesp, o ensino à distância foi de extrema importância neste período de confinamento, pois permitiu adquirir e aprimorar conhecimento, visto que a disciplina estudada agrega ao trabalho que ele exerce no dia a dia. “Embora eu não tenha me afastado das atividades laborais, pois minha profissão é enquadrada como essencial, esses cursos são de extrema importância para as atividades atribuídas às minhas funções. Portanto, nesse momento em que não se permite a aglomeração de pessoas, consigo atualizar e aprimorar meus conhecimentos de forma remota, sem perder a qualidade do ensino e dos materiais oferecidos”.

Como o comportamento pessoal e interpessoal ajudam nesse momento

A especialista em gestão e desenvolvimento de pessoal, Andressa Maurício, falou como o comportamento pessoal e interpessoal interfere diretamente no momento atual. Ela explica ainda, que é importante manter o foco, o equilibro, e como os cursos da Egesp têm papel fundamental nisso.

Andressa explica que é tempo de olhar mais para dentro de si e ao redor, que existem coisas positivas no meio do caos: “É um momento de reflexão e autoconhecimento. Nossas relações estão mudadas, a gente é convidada a ficar em casa e a conviver mais tempo com quem moramos”, disse.

É um momento desafiador e é importante cada um trabalhar características como a empatia, a tolerância, o respeito: “É olhar mais para dentro de si. Reserve uns minutos do dia para você e reflita como foi seu dia, faça pontuações e trabalhe especificamente aquele ponto para que possa melhorar”, explica.

Os cursos ajudam nesses momentos para que a produtividade aumente e para enriquecer o conhecimento. “Quando a angústia bater é bom que a pessoa busque se desenvolver através de cursos. Buscar uma formação, ocupar a mente para que não sobre tempo para angústia”, fala.

Os conhecimentos que a Egesp oferece podem ajudar a aumentar a produtividade, fortalecer e trabalhar os relacionamentos no dia a dia de cada um. “Investir o tempo no que faz bem, meia hora para uma leitura ou um curso, isso ajuda a pessoa a se desconectar de todo esse momento complexo que vivemos. A Egesp oferece isso em sua plataforma e faz com que as pessoas que busquem isso fortaleçam não só os seus conhecimentos, mas também o aspecto emocional”, conclui Andressa.

Utilizando a tecnologia a seu favor em tempos de quarentena

No atual momento em que vivemos, a utilização da tecnologia se faz extremamente necessária na disseminação do conhecimento e como forte aliada à prestação dos serviços educacionais.

Com a demanda crescendo tanto para os cursos livres quanto para os profissionalizantes, a psicóloga Angélica Guidoni explicou que a realização de cursos online deve ser encarada como uma grande oportunidade de crescimento. “Os cursos que trarão uma aplicação prática ou algum interesse pessoal, como os cursos de arte, filosofia, que estão sendo muito procurados, nos proporcionam quase que como um distanciamento dessa realidade tão nua e crua”, afirma.

Com vista para o aspecto profissional, a constante atualização do indivíduo, além de proporcionar ao aluno atualização dos conhecimentos e desenvolvimento de novas habilidades para que ele se mantenha competitivo na área de atuação ou aumente as chances de inserção no mercado de trabalho, deve ser vista também como um incentivo psicológico para o atual momento que as pessoas estão passando por conta da epidemia, como explica Guidoni.

“O ponto interessante do curso profissionalizante é que ele nos conecta ao nosso futuro. Com o medo, em meio à pandemia, a gente acaba perdendo essa perspectiva de futuro. E quando a gente se instrumentaliza, é muito saudável, pois nos obriga a atuar com uma perspectiva de que haverá esse futuro e de que nós poderemos ser ainda melhores nas coisas em que atuamos”.

Essa ideia também é defendida também por Bezerra: “Os cursos permitem que os servidores públicos e público externo se desenvolvam profissionalmente. Acreditamos também que podem contribuir com a melhora do estado emocional dessas pessoas, os ocupando e preparando-os para voltar, em momento oportuno, às suas rotinas normais”, analisa.

A psicóloga, no entanto, alerta para a questão do tempo destinado a esses cursos, que deve ser encarada com positividade e como uma forma de otimização do tempo e educação. “É preciso fazer com que, de alguma maneira, eles entrem positivamente na vida da pessoa, de modo que ela, de fato, tenha tempo para se dedicar a eles, pois eu vejo muitas pessoas se inscrevendo em diversos cursos, mas depois acabam se estressando por não conseguirem dar conta das coisas”, disse.

É hora de cuidar da rotina e das atividades, veja como:

Com o fechamento do comércio e o estímulo ao home office, milhões de brasileiros precisaram ficar em casa. Somadas ao medo, insegurança e incerteza com o que está por vir, situações como essas podem gerar sintomas como ansiedade, solidão, tristeza, estresse, sensação de esgotamento, entre outros.

Nesse sentido, Guidoni explica que se não houver um trabalho interno de autoconhecimento, a pessoa assume que esses sintomas são o novo estado de ânimo dela e com isso abre janelas para o surgimento de doenças. “É como se ela deixasse os sentimentos do medo, da insegurança e da incerteza permanecerem. Quando a gente deixa isso acontecer, vamos esfriando. Então, a nossa ação vai ficando nervosa, a gente vai perdendo a vontade e ficando mais tenso. E ao deprimir o nosso humor, abrimos uma janela para as doenças, uma vez que começamos a não enxergar possibilidades.”

Ela lembra ainda que o medo e a tristeza se alimentam de uma realidade e que, no entanto, isso não significa que a pessoa não pode ter medo. Pelo contrário, ela o terá, uma vez que a realidade está aí. “A questão é: ‘quem é dono de quem?’, o quanto a pessoa deixa esse sentimento permanecer. O medo, principalmente, se alimenta de uma pequena ou grande verdade”, diz.

Desta forma, escolha coisas que vão fazer com que você se sinta bem, é o que recomenda a psicóloga. De acordo com ela, as pessoas precisam encontrar coisas que despertem o interesse, seja por meio da cozinha, meditação, cursos ou conversar, mesmo que virtualmente, com quem não pode estar perto. “Quando nos colocamos em movimento e, principalmente, num movimento que nos direciona aos nossos interesses, a ter gostos pelas coisas, como os casos de pessoas que começaram a despertar o interesse por cozinhar, as pessoas acabam se colocando a serviço da vida, da força, do movimento e do calor”.

Outro ponto importante, e que vem sendo debatido para quem trabalha em home office, como aponta Guidoni, é o de estabelecer uma rotina tanto para os dias da semana quanto para os períodos da manhã, da tarde e da noite, mantendo sempre uma diferenciação nas atividades que devem ser feitas durante a semana e ao final de semana. Incluir atividades físicas é de extrema importância, tendo em vista que o sedentarismo não ajuda na questão da saúde física e mental.

Por fim, cuidar da alimentação com aquilo que é nutritivo, com alimentos relativos a cada um dos períodos. Além de evitar os abusos e os vícios, pois, segundo ela, eles não ajudam o nosso psicológico a ter firmeza para poder atuar neste momento diferente que estamos atravessando.

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