Artigo: A origem do mal e a reconexão com a unicidade universal

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Por: Thales Aguiar*

Caros leitores, com o avançar do tempo e com o desenrolar da história humana não é de hoje que venho evidenciando que nos desafios do dia a dia pela sobrevivência a qualquer preço que nós humanos provocamos, vamos nos desumanizando cada vez mais. Quanto aos valores que deveriam nortear nossa existência do Ser “fraterno” ficam apenas no discurso institucional de cada núcleo social do qual participamos. Na prática, aos largos passos, travamos uma guerra psicológica e comportamental do qual tornamos assim, predadores de nós mesmos.  Apesar de inúmeras tecnologias, seguimos inertes em muitas situações que deveriam estar superadas. Pensemos nos vínculos viciosos das redes sociais que inconscientemente nos comparamos uns com os outros (debate das imagens) e como isso tem afetado aos níveis semânticos da psique e de nossas reações emocionais. Experimentamos momentos de extremas desigualdades, onde admiramos, seguimos e imitamos os comportamentos do consumo excessivo. Onde a notoriedade dos deuses do Olimpo nada mais faz é representar uma aristocracia que ditam valores (vazios) para uma sociedade infantilizada. Intencionalmente o lucro em todas suas formas segue a linha do pensamento moderno (dinheiro, fama, segurança, certezas, etc).  O pensamento fora da ação é sempre nocivo e pernicioso. Queremos prever o futuro e não enxergamos o presente, defraudamos nossa sensibilidade. 

Rebuscando um conceito na filosofia clássica, o sujeito e objeto em sua realidade campal sempre foram longamente examinados desde os pós-socráticos, passando até então pelos escolásticos. Ambos não analisaram as filosofias orientais que são também milenares e de extensa sabedoria. As mesmas resumidamente nessas análises sempre destacaram que a origem de todas as coisas boas de se viver uma vida plena em harmonia e equilíbrio, é o “não pensar”. O raciocínio raso do homem/mulher cria todas as armadilhas, apegos e identificações. Insights são portais que se abrem repentinamente rumo ao não pensar, que é a essência de tudo no universo. Ou seja, é o vazio que cria as infinitas possibilidades disponíveis através das escolhas fora dos dogmas institucionais. Então, não existe resposta, existe compreensão. Nesse contexto vamos percebendo que somos miúdos e que a vida é algo muito mais valioso. Então como nos desligarmos de coeficientes que nos condicionam o tempo todo? De fato a confusão provocada pela memória imediata e longo prazo é totalmente verdadeira, não pertence ao Eu em sua essência existencial. Então creio que deveríamos seguir a grosso modo uma velha poesia do sábio Lao-Tsé que diz assim: Pela retidão se governa um país. Pela prudência se conduz um exército. Mas é pelo não-agir que é regido o Universo. Donde sei isso? É evidente por si mesmo. quanto mais proibições existem, tanto mais o povo empobrece. Destrói-se toda a ordem quanto mais os homens procuram os seus interesses pessoais. Prepara-se a revolução, quando os homens só pensam em si mesmos. Abundam ladrões e salteadores, quando o governo só confia em leis e decretos, para manter a ordem. Pelo que diz o sábio não intervenho! E eis que por si mesma prospera a vida na sociedade. Mantenho-me imparcial! E por si mesmo o povo se endireita. Não me meto em conchavos! E por si mesma floresce a ordem. Não nutro desejos pessoais! E eis que por si mesmo tudo vai bem”. Somos consequências dos mecanismos que foram instalados em nós. Sem idealizações. A constatação fúnebre é na consciência do qual o ser humano tudo imaginou que poderia controlar.

*Thales Aguiar – Jornalista e escritor

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