Elas no poder: A história das mulheres no Legislativo de Taquaritinga (SP)

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Neste mês de março, no qual se comemora o Dia Internacional da Mulher, o jornalista Nilton Morselli, assessor de imprensa da Câmara Municipal de Taquaritinga, garimpou diversas informações relacionadas à história das mulheres no Poder Legislativo Municipal.

Embora formem a maioria da população, as mulheres ficaram sem representação na Câmara na atual legislatura (2017-2020). O resultado das urnas foi desfavorável a elas, já que os 15 vereadores vitoriosos são homens.

Nas eleições de 2016, Mirian Ponzio (PT), que cumpriu o primeiro mandato e tentava a reeleição, conquistou 245 votos, e foi a mais votada entre elas. De acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Taquaritinga possui 27.326 moradoras do sexo feminino e 26.662 homens.

 Historicamente, o município não tem tradição de eleger mulheres. Embora a Câmara tenha sido instituída em 1892, a primeira vereadora só foi eleita noventa anos depois. No pleito de 1982, a professora Marilda Arleti Bertaco Peria (PDS) venceu com 283 votos. Entre os 13 integrantes da casa, foi a penúltima.

Foi de Marilda (1952-1998) a ideia de instituir a comemoração do Dia Internacional da Mulher na Câmara de Taquaritinga. Ela foi a autora do Decreto Legislativo 543, de 7 de março de 1986, apresentado pela vereadora e aprovado em plenário em 21 de fevereiro do mesmo ano.

Na eleição seguinte, em 1988 (o mandado anterior foi de seis anos), saiu vitoriosa a professora Widad Eid Gomes da Silva (PMDB, atual MDB), que obteve 254 votos, dentre os 17 integrantes do Legislativo. Foi a 13.ª mais votada.

O momento político mais importante para as mulheres ocorreu nas eleições de 1992, quando três professoras venceram dentre os 17 vereadores. Além de Widad, reeleita com 397 votos, venceram Neide Ramos Salvagni (PFL, atual DEM), com 451 votos, e Célia Regina Pereira de Souza Gabriel (PMDB), com 411 votos.

No biênio 1995-1996, Widad da Silva presidiu a Câmara, tendo Neide Salvagni como vice. Na eleição seguinte, somente a professora Widad (já filiada ao PSDB) conseguiu se reeleger, alcançando 433 votos. Porém, com a cassação de José Antonio dos Santos (PMDB), a professora Rosa Faride Hudari Bossolane, suplente do partido, assume a vaga.

Nas eleições do ano 2000, as mulheres perderam assento na Câmara. Embora bem votadas, três ficaram de fora em razão do quociente eleitoral: Márcia Zucchi Libanore, do PPS, atual Cidadania (490 votos) votos, Celinha Gabriel (446) e Widad (362). Porém, duas assumiriam: no início do segundo semestre de 2001, Márcia ficou a cadeira de Antonio Roberto Aparecido Ferreira, o Tcheco (PPS), e no fim da legislatura, a suplente Margarida Angelo de Sales (PL) permaneceu na Câmara por cerca de três meses, porque o titular da vaga, Vanderlei José Mársico (PFL), se licenciara. Margarida recebeu 272 votos.

Na eleição seguinte, novamente, a regra utilizada para equilibrar a representação partidária no Legislativo prejudicou Márcia Zucchi. Mesmo obtendo 650 votos, ficou de fora da composição da legislatura 2005-2008. Porém, ela conquistou mais um mandato no pleito seguinte, quando alcançou 911 votos, e chegou a presidir a Mesa Diretora no ano de 2011.

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