Zoo de SP registra nascimento de espécie de arara em perigo de extinção

Compartilhe esta notícia:

Chegada de duas ararinhas amplia para 17 o número de aves nascidas na fundação.

Dois filhotes de Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), espécie atualmente que corre perigo de extinção, nasceram no início do ano no Centro de Conservação de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo, do Zoológico de São Paulo.

Os pais dos filhotes, “Lindsay e Francês”, puseram os ovos no fim de 2019, quando os biólogos realizaram a retirada para incubação e criação artificial. A técnica é bastante utilizada em programas de conservação ex-situ (fora do lugar de origem) com espécies que apresentam alto risco de extinção e tem como finalidade aumentar o número de nascimentos na mesma estação reprodutiva.

O nascimento das duas ararinhas ocorreu em 1º e 3 de janeiro. Elas receberam receber os cuidados dos técnicos, como alimentação balanceada, limpeza, pesagem e controle da temperatura ambiente, condições necessárias para um desenvolvimento saudável.

Um dos objetivos do Programa de Cativeiro da Arara-azul-de-lear é elevar o número de casais reprodutores já que, até o momento, somente a Fundação Parque Zoológico de São Paulo alcançou o sucesso reprodutivo com a espécie no Brasil, registrando nascimentos desde o ano de 2015. Ao todo, 17 araras já nasceram na Fundação Zoológico e destas, cinco são do casal “Lindsay e Francês”, que caminha para a sua quarta prole que permanecerá com os pais para incubação e criação natural, com o mínimo de interferência dos técnicos.

Filhote de arara-azul-de-lear nascida em 2020, no Zoo de SP – Divulgação/Zoo/SP-Paulo Gil

Monitoramento

Desde o início do ano, biólogos monitoram os casais reprodutores da instituição através de câmeras instaladas nos ninhos, tanto no Zoológico (casal Maria Clara e Francisco) quanto no CECFAU (casal Lindsay e Francês) como parte do projeto de pesquisa desenvolvido pela bióloga Thatiana Andrade no Programa de Aprimoramento Profissional. Um dos objetivos do trabalho é avaliar o comportamento dos casais de Arara-azul-de-lear durante a incubação e criação dos filhotes, a fim de gerar dados consistentes que possam auxiliar nas ações de conservação ex-situ.

O próximo passo será a realização de exames de sexagem por DNA no Núcleo de Biologia Molecular e Microbiologia do Departamento de Pesquisas Aplicadas da Fundação. Esta área fornece suporte para o desenvolvimento de diversas linhas de pesquisa, além de viabilizar exames de rotina dos animais, como hemograma, bioquímico e parasitológico. Além disso, este departamento possui um banco de material biológico, ou biobanco, com amostras armazenadas em freezer -20ºC e ultrafreezer a –80ºC com tecidos, sangue e soro de diversas espécies de animais que visa impulsionar as ações de conservação por meio da produção de conhecimento científico.

Filhote de ararinha é alimentada, no Centro de Conservação de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo –  Foto: Divulgação/Zoo/SP-Paulo Gil

Somente da Arara-azul-de-lear, o espaço dispõe no banco de DNA, amostras de 27 indivíduos, e em soroteca, cerca de 143 amostras armazenadas.

Juntas, estas ações têm por objetivo estabelecer um plantel adequado em termos genéticos, demográficos, sanitário e comportamental para integrar o programa de revigoramento populacional com a reintrodução de exemplares nascidos em cativeiro na região do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, na Bahia.

* Com informações do Portal do Governo de São Paulo

Compartilhe esta notícia: